terça-feira, 22 de setembro de 2009

Falta de aula gera revolta

No AMAZÔNIA:

Cerca de cem alunos da Escola Estadual Eduardo Lauande bloquearam a rodovia BR-316, em Marituba, durante a noite de ontem, em protesto contra a falta de professores e de funcionários. Com a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 20 horas, metade da pista do sentido de Benevides foi liberada. Os estudantes, todos do ensino médio, permaneceram cerca de duas horas na manifestação, até a chegada da Imprensa.
Desde junho não há aulas de física, geografia, sociologia, filosofia e artes para as turmas noturnas do ensino médio na escola Eduardo Lauande, conforme diz o estudante Sebastião Corrêa de Carvalho, um dos líderes do protesto. Além disso, servidores temporários demitidos não foram substituídos por efetivos, a nova diretoria eleita não foi empossada. Como resultado, a evasão escolar tem sido visível. 'Na minha sala, de 50 agora tem menos de 10 alunos. Sem aula todo mundo perde a vontade', lamenta.
Quem entra no colégio, localizado na rua Antônio Armando, não imagina os problemas pelos quais os estudantes têm passado neste ano letivo. Da estrutura não há reclamações; ela serve de exemplo para a maioria das escolas estaduais e municipais. Entretanto, os alunos começaram a ficar apreensivos com a demora para a solução da falta de professores, problema básico que impede o aprendizado. Desta forma, integrantes das 12 turmas noturnas realizaram uma reunião na última quinta-feira, na qual ficou decidida a paralisação realizada ontem à noite. Caso o problema persista, outro protesto será feito, ameaçam.
De acordo com Sebastião, nas disciplinas sem professores, todos os estudantes recebem nota máxima. O que parece um sonho para um estudante - tirar dez sem fazer esforço - é motivo de preocupação para Misael da Silva, 20 anos, aluno do 3º ano. Antes do começo deste ano letivo, ele sonhava em cursar Direito na Universidade Federal do Pará (UFPA). Agora, com boa parte do conteúdo atrasado, ele vê o sonho ficar bem longe do alcance e já começa a mudar os planos. 'Vou ter que mudar de escolha, não sei o que vou fazer. Estou até me preparando que, quando chegarem novos professores, vão empurrar toda a matéria atrasada em nós de uma vez só', prevê.

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