sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Entre a Ana Júlia de 2003 e a de 2009, um abismo

Com todo o respeito –com todo mesmo -, mas Sua Excelência a governadora Ana Júlia deve ser a mais incomodada, em seu próprio governo, com o tratamento que tem sido dispensado a grevistas como os da Secretaria da Fazenda (Sefa).
Não falemos nem no caso dos professores que foram enfrentados com spray de pimenta.
Falemos apenas dos grevistas da Sefa.
Sim, eles também tiveram sua parcela de spray de pimenta e gás lacrimogêneo, mas deixem pra lá.
Pois é.
Por que a governadora deve ser a mais incomodada?
Porque Sua Excelência tem como grande referência em sua trajetória na vida pública sua atuação como sindicalista, como liderança sindical.
Ana Júlia fez nome como dirigente sindical dos bancários.
Enfrentou, altivamente, a velha estrutura do estrutura Sindicato dos Bancários no Pará.
Ganhou respeitabilidade nesse meio.
Foi na crista da onda que ela surfou na simpatia popular e começou a galgar postos eletivos, até chegar ao Senado.
Como senadora, em 2003, Ana Júlia deu todo o apoio aos funcionários do Banco do Brasil – instituição da qual ela é egressa -, que então faziam a primeira greve nacional da categoria durante o governo Lula.
Observem: como senadora pelo PT, Ana Júlia não hesitou em apoiar seus companheiros.
E hoje?
Por que tentar descredenciar lideranças sindicais?
Leitores – sobretudo os petistas – haverão de objetar:
- Mas você queria o quê? Que a governadora deixasse seu gabinete no Palácio dos Despachos e comandasse passeatas contra o governo dela mesma?
Claro que não.
Mas Sua Excelência, remontando às origens sindicais, às suas origens petistas, poderia pelo menos manter postura de tolerância mais condizente com sua trajetória política.
Mas não é o que se vê.
O que se vê é o PT inteiramente amarrado, aferrado ao governo, custe o que custar.
Não se viu, por exemplo, deputado petista interferindo pela reabertura das negociações entre os grevistas e o governo. Os deputados que atuaram nesse sentido foram João Salame (PPS) e Simone Morgado (PMDB), além de alguns outros, entre os quais, repita-se, nenhum petista.
Mesmo assim, e para surpresa geral, a líder da bancada do PT, deputada Regina Barata, estava na reunião entre os grevistas e secretário de Planejamento, José Júlio.
Menos mal que tenha sido assim.
Mas não há dúvida de que essa é uma postura que se estende em praticamente todo o governo.
E não custa nada perguntar: os princípios da senadora Ana Júlia de 2003 já não são mais os da governadora Ana Júlia de 2009?

5 comentários:

Anônimo disse...

Humm, bobinho esse blogueiro.

Anônimo disse...

Não enetendi nada, tu estás criticando a Governadora ou os deputados do PT? Tu começas a falar dos princípios da Governadora, mas não encontrei nada no teu texto que corrobore a tua pergunta inicial. O que li são criticas aos deputados do PT. Agora, sinceramente caro Poster, greve que é apoiada por Simone Morgado, João Salame e Domingos Juvenil, cá pra nós, ai tem coisa, não me admira que os deputados do PT não tenham caido nessa arapuca.

O Corisco disse...

Hoje ela se encontra do outro lado do balcão. Mas parece que esqueceu com foi transpô-lo.
O Corisco

Anônimo disse...

Claro que os princípios não são mais os mesmos. Primeiro que no Senado ela reinava , quase, sozinha. Aqui, há uma corja, que saqueia a máquina pública a olhos vistos,faz caixa dois no Hangar, compra kits sem licitação, degrada o serviço público, massacra servidores de carreira e os "companheiros" acham que está tudo maravilhoso... claro que não há mais enm princípios.

Anônimo disse...

Eu é que nao entendi nada, uai Domingos Juvenil, Simone Morgado não são os aliados da Ana Júlia? Porque os servidores não poderiam procurá-los e a governadora pode?