sábado, 10 de maio de 2008

Bombas contra grevistas


No AMAZÔNIA:

O que era para ser uma manifestação pacífica de professores da rede pública de ensino, em greve há mais de 15 dias, acabou em tumulto e pancadaria, no final da manhã de ontem. O confronto entre educadores e homens do policiamento Tático resultou em seis pessoas presas, entre elas cinco professores e um estudante, além de vários educadores lesionados.
A confusão teve início por volta das 10h30, quando os professores tomaram conta das duas pistas da rodovia Augusto Montenegro, bem em frente ao Palácio do Governo. A intenção era forçar uma conversa com representantes do governo do Estado, que já tinham comunicado à categoria de que a governadora não iria recebê-los. 'Já dissemos o que queremos e o governo conhece as nossas reivindicações, portanto, estamos aqui para ouvir a posição da governadora. O problema é que esse governo, que se diz democrático, não respeita a nossa categoria', declarou Eloy Borges, do Sintepp. Revoltados, os professores sentaram no meio da pista impedindo a passagem de veículos. Homens da Polícia de Choque, que faziam a segurança no Palácio dos Despachos informaram que eles teriam cinco minutos para desocupar a pista, caso contrário, seriam retirados do local. O recado revoltou ainda mais os educadores, que em protesto sentaram na entrada do prédio do Palácio dos Despachos.
A polícia reagiu com spray de pimenta, bala de borracha e bomba de efeito moral. A correria foi geral e o clima ficou tenso na rodovia. 'Não tinham motivos para nos tratarem dessa forma, pois é um protesto pacífico e ninguém estava desrespeitando o patrimônio público. Fomos agredidos sem motivos. Esse cenário de batalha vai servir para que o povo do Pará conheça quem é a governadora do Estado', declarou uma professora, enquanto tentava esconder o rosto da fumaça que tomou conta do local.
Durante o tumulto seis pessoas foram presas, entre elas um estudante do município de Barcarena, que estava em uma caravana do interior do Pará. Os seis foram levados para a Delegacia Geral, onde foram indiciados por desacato à autoridade, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha. 'Nossos companheiros foram levados presos como se fossem bandidos. É dessa forma que a educação é tratada por esse governo. Como ela pode dizer que está ao lado do povo se é a primeira a colocar a polícia contra os educadores', gritou o professor Pedro Melo, enquanto mostrava a perna atingida por uma bala de borracha. Mesmo dispersos, os professores não desocuparam a pista, o que fez com que o policiamento continuasse a atirar bomba em direção aos manifestantes.

Imenso engarrafamento se formou
A confusão congestionou o trânsito e um imenso engarrafamento se formou ao longo da rodovia. Ônibus, carretas e carros de passeio retornavam sobre o canteiro central. 'Não tem condições de continuar o percurso, pois está tudo parado. Vou fazer um retorno irregular pelo canteiro para tentar sair dessa confusão', afirmou o caminhoneiro Elias Miranda.
O rodoviário Pedro Lima, que dirigia um coletivo da linha Icoaraci São Brás, teve que parar o veículo no meio da pista. 'Já acompanhei diversos protestos nessa via e já não estranho esse tipo de manifestação. A única coisa que nos resta é esperar, pois eles estão reivindicando um direito deles', declarou o rodoviário.
Mas quem estava viajando no coletivo não demonstrou a mesma compreensão que o rodoviário. 'Não acho correto atrapalhar a vida de várias pessoas, pois não temos culpa se a governadora não recebe a categoria dos professores', desabafou a costureira Vilma Pacheco, que estava em um coletivo em direção ao centro da cidade. 'Vou chegar atrasada ao meu compromisso por culpa dessa manifestação. Não sou contra o protesto dos professores, mas não concordo com a forma como está sendo feito', completou Vilma.
Por volta de 13 horas, os professores decidiram encerrar a manifestação, mas prometem novos protestos. 'Nossa intenção não era a de promover a violência, mas foi a polícia da governadora que nos agrediu, mas vamos continuar a nossa luta, pois essa categoria é forte e unida. Na segunda-feira teremos uma nova assembléia da categoria, onde serão debatidos os próximos passos', informou Eloy.
Segundo Cláudio Puty, Além dos reajustes, o governo garante ter cumprido 80% da chamada 'pauta social', com inclusão de plano odontológico no PAS, concessão de tíquete alimentação de R$ 100,00 e R$ 50,00 - o projeto será enviado para a Assembléia Legislativa

Mais aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse pessoal tem que aprender a não interditar ruas... vão trabalhar bando de desocupados!!!!!!!!!

Anônimo disse...

O ploblema é que o brasileiro em geral, com exceções, esqueceu que o direito dele começa quando termida o de outro cidadão e vice-versa. Não podemos admitir como válida uma manifestação que em vez de encomodar o Governo, na realidade nos prejudica...O povo tem que se organizar e começar a pensar e dar a resposta necessária na hora do voto...LEMBRO MUITO BEM QUE OS PROFESSORES DETESTAVAM O GOVERNO PASSADO E EM MASSA VOTARAM NA ANA JÚLIA NA ESPERANÇA QUE ELA PUDESSE MUDAR...E MUDOU REALMENTE, MUDOU PARA PIOR. Este é o Governo da Mudança, o Pará de direitos desrespeitados, terra de ninguém...Enquanto isso a Governadora conhece o mundo, faz festa no Hangar e se reúne com os DAS'S para descobrir quais ainda são herança do Governo passado e dispensá-los porque certamente o PT ainda tem muita gente para empregar no Governo além da esteticista, da enfermeira e da vendedora do roupas do shopping.