sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ophir ainda impune

No AMAZÔNIA:

O Ministério da Saúde ainda não adotou nenhuma medida contra o Hospital Ophir Loyola por causa do atraso na obra para a instalação do novo aparelho de radioterapia. A ordem é aguardar um pouco mais e analisar as justificativas da administração. Falhas nos aparelhos já deixaram mais de 90 pacientes com câncer sem atendimento.
Segundo a assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde, a Diretoria de Programas da Secretaria Executiva do MS enviou ofício ao hospital no dia 14 deste mês para saber como estavam as obras. Um dia antes, havia expirado o prazo informado pela administração hospitalar para a conclusão da construção.
A assessoria informa que serão dados dez dias, a contar do recebimento do ofício pelo hospital, para que uma nova resposta chegue ao MS. Se não houver resposta é que serão adotados procedimentos administrativos contra a autarquia.
Entre as possibilidades há a devolução dos cerca de R$ 2,7 milhões repassados pela Fundação Nacional de Saúde (FNS) para a compra do acelerador linear. O aparelho custou R$ 3,2 milhões e foi comprado ainda em 2003, tendo ficado encaixotado até 2007, quando o Ministério Público Estadual cobrou a instalação.
Devido à provocação do MPE, o Ministério da Saúde passou a acompanhar a situação e foi informado pelo hospital que as obras para a construção do espaço onde o equipamento será instalado seriam concluídas em janeiro deste ano. Em março, novo comunicado retardou a conclusão para julho, e agora a previsão do hospital é que termine em agosto, com instalação do acelerador até outubro.
Este ano, o acelerador utilizado pelo Ophir Loyola ficou quebrado durante 45 dias. No mesmo período, o simulador utilizado para marcar no corpo do paciente os locais para a aplicação da radiação também quebrou. A estimativa é a de que 93 pessoas não puderam fazer o tratamento contra câncer.
Apenas duas teriam sido encaminhadas para o Estado do Tocantins. Os pacientes não atendidos chegaram a ser convocados pelo serviço de assistência social para tratarem da transferência para outro Estado, por meio do programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD), mas a alternativa teria sido cancelada pela direção, porque o equipamento foi consertado.
O diretor atual afirma que as transferências não aconteceram porque os pacientes não quiseram. Segundo números preliminares, 99% teriam preferido esperar o conserto do aparelho a sair do Estado.
Soares diz, ainda, que o hospital já informou ao Ministério da Saúde a atual situação da obra para instalação do aparelho acelerador linear que ficou encaixotado durante cinco anos. Segundo ele, o órgão ministerial é que ainda não enviou resposta.

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