No AMAZÔNIA:
Publicamente, Luiz Omar Pinheiro e Édson Gaúcho levaram a cortesia até o limite. Nos bastidores, choveram alfinetadas entre o presidente do Paysandu e o treinador. A demissão de Gaúcho, embora controversa, trouxe à tona a conturbada relação entre o dirigente e o técnico. Na terça-feira, um dia após deixar o clube, Édson concedeu entrevistas e publicou em seu website uma série de acusações a Luiz Omar.
O presidente do Papão, segundo Gaúcho, teria objetivos políticos e, por isso, ficou irritado com a decisão tomada pelo técnico de não conceder mais entrevistas a uma rádio local. 'Não dei mais entrevistas porque eles vinham causando problema. E, como o presidente tem pretensões políticas, ele pode estar preocupado em não bater de frente com a imprensa', declarou o treinador, em entrevista exclusiva.
Édson Gaúcho também confirmou que o dirigente contratou o lateral-direito Jucemar e fez o oposto do que havia acordado com o técnico em reunião anterior. 'A diretoria resolveu contratar sem consultar a comissão, mostrando total falta de respeito', diz a notícia publicada no website do treinador. A decisão de dispensar Gaúcho, segundo o próprio técnico, foi unilateral. Tomada exclusivamente por Luiz Omar.
A prova de que o ex-comandante bicolor está certo é o afastamento de Clodomir Araújo Jr., um dos diretores de futebol do Paysandu. Dois dias antes da demissão de Édson Gaúcho, o então diretor concedeu entrevista afirmando que o treinador ainda tinha o apoio dos dirigentes. Após a decisão do presidente Luiz Omar Pinheiro, Clodomir Jr. deixou o cargo para evitar a saia justa.
Embora tenha dito que o dirigente honrou todos os compromissos firmados com a comissão técnica, a notícia no website de Édson Gaúcho condenou a postura do presidente bicolor em algumas situações, como após a partida contra o Sampaio Corrêa, no Mangueirão. 'Luiz Omar chamou publicamente os atletas de ‘frouxos’, algo que não foi aprovado pela comissão técnica', diz a matéria.
O clima entre Luiz Omar e Gaúcho ficou tenso logo após a estreia bicolor na Série C, quando o técnico ignorou as críticas ao desempenho do time, deu folga ao elenco e viajou. Mas, nas últimas duas partidas, a situação tornou-se insustentável. Gaúcho não conseguiu vitórias importantes e jogou nas mãos do presidente do Paysandu a responsabilidade de falar com a imprensa e prestar justificativas aos torcedores.
É incontestável, porém, que Édson Gaúcho deixou o clube com saldo positivo. Em 24 jogos, contadas as partidas do Parazão e da Série C, o treinador obteve 70% de aproveitamento. Venceu, ao todo, 16 partidas. Só perdeu quatro. Mas, na Terceirona, esse índice cai para 60% de aproveitamento. Se continuasse nessa marcha lenta, o time perderia uma das duas vagas à próxima fase.
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