domingo, 8 de março de 2009

Sem mais nada para provar à sociedade

CAIO CONDURU, do Amazônia

É, realmente as coisas mudaram e parece que aquela música de Erasmo Carlos - 'Mulher' -, composta há quase 30 anos e que você deve ouvir muito hoje, foi feita um dia desses, pois a letra se encaixa perfeitamente com o tempo em que estamos. 'Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda...', mentira mesmo. Apesar de ainda enfrentarem uma tremenda dificuldade em certos campos profissionais, o sexo 'frágil' está cada vez mais presente em setores nunca antes frequentados por elas. Neste dia dedicado a um dos seres mais delicados criados por Deus, percebemos que muita coisa mudou e elas não são mais aquelas 'Amélias' de antes. Mulher sinônimo de cozinha é coisa do passado. A palavra Mulher, hoje, rima com determinação, força para sustentar sozinha uma família, coragem para enfrentar os ultrapassados preconceitos masculinos e, ainda mais, determinação na hora de escolher uma profissão que era considerada exclusivamente como coisa de homem.
Não vamos tão longe, há uns dez anos atrás qual seria sua reação ao ver uma mulher dirigindo um ônibus? Com certeza seria de muito espanto. E um caminhão? Espanto ainda maior. Hoje esse estranhamento todo está menor, mais ainda existe em alguns locais, principalmente quando se é a única mulher que dirige um dos ônibus da empresa. A baixinha na estatura, mas grande na perseverança, Eunice Lima, 45, sabe muito bem o que é esse preconceito, pois passou por isso no início da carreira. 'Tinha minha carteira de habilitação me liberando para dirigir ônibus e carreta, mas quando cheguei em uma empresa de transporte coletivo eles disseram um não bem grande por eu ser mulher e ainda mandaram eu ir dirigir um fogão. Isso me chateou muito, pois eu achava que não ia conseguir nenhum emprego desse tipo', conta a motorista.
Eunice é um exemplo de mulher que foi à luta pelo que queria e hoje pode se considera uma vitoriosa, pois faz o que gosta e chegou onde está após ter superado muitos 'nãos' de emprego. 'A empresa funerária que trabalho hoje me deu muito apoio para enfrentar os preconceitos, tanto que em sete anos que estou na empresa sou a única mulher no meio de onze homens', relata.

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