No AMAZÔNIA:
Outra representante das mulheres que já passou por episódios preconceituosos na vida foi a cantora paraense Gláfira Lôbo, que comanda uma das bandas mais antenadas em rock da cidade, Álibi de Orfeu. À frente da banda desde 2003, a única mulher do grupo diz que o início de carreira teve que 'engolir alguns sapos' para ser respeitada como é hoje. 'Logo no começo da carreira enfrentei alguns preconceitos, mas não ligo para isso. Não dou espaço pra ele. Ele não tem vez comigo. As pessoas podem até ter ainda, mas nem percebo. Já sou reconhecida no que faço, sou respeitada por isso', reflete a cantora, que lembra de um episódio com muito bom humor.
'Quando eu fazia faculdade, algumas pessoas lá sempre se referiam a mim como a cantora, como se eu não tivesse nome. Na hora de se apresentar para o novo professor, quando eu dizia que era cantora, rolava uma boca torta de uma ou outra pessoa. Até que um dia num desabafo, eu mal - educadamente - respondi pra pessoa dizendo que não entendia o motivo da graça. Se eu fosse médica, engenheira, eu poderia falar sem retaliações, mas eu tenho que esconder que sou cantora? Pois falar isso poderia parecer que eu tava querendo aparecer. E tava mesmo'.
'Força na peruca', com a bem humorada frase, Gláfira incentiva as meninas que querem seguir o rumo da música. 'Cantar é muita força de vontade. Você tem que gostar de estar ali, com aquelas pessoas. Façam bem o que vocês se propõem e o preconceito vira elogios'.
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