No AMAZÔNIA:
Na unidade da Sacramenta várias pessoas se amontoavam à porta na tentativa de receber atendimento. Sequer pessoas que precisam de vacina como anti-rábica estavam sendo atendidas. O rodoviário Jorge Luiz, mordido por um cachorro no bairro do Guamá, foi obrigado a aguardar do lado de fora da unidade porque segundo informações dos funcionários, a pessoa responsável pela chave da sala de vacinação só chegaria às 17 horas. 'Eu cheguei aqui às 14 horas e tenho que ficar mais três horas para tomar uma vacina. Isso é uma esculhambação', criticou o rodoviário.
Na mesma unidade, uma senhora idosa que fez uma cirurgia no braço pelo serviço de saúde do Instituto de Previdência e Assistência de Saúde do Município de Belém (Ipamb) procurou atendimento porque o braço começou a inchar e ficar roxo e ela só poderia procurar atendimento no Ipamb hoje. Mas, nem passou da porta de entrada.
Na Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, o dilema da falta de médicos era o mesmo das outras. Mas, lá, pelo menos a equipe de enfermagem se dispôs a prestar primeiros-socorros para os pacientes e depois encaminhava para a Unidade da Pedreira ou Pronto-Socorro Municipal. Carlos Antônio Mesquita sofreu uma acidente de moto na avenida Augusto Montenegro, em frente ao Mangueirão, mas não havia médico para atendê-lo. Os enfermeiros limparam os ferimentos das pernas, fizeram alguns curativos e o dispensaram. Sentado em um banco na entrada do posto, o acidentado lamentou o descaso. 'Não pude fazer sequer um raio-x e como também não tinha médico não tomei um remédio para dor. Isso é um descaso muito grande com a saúde pública', criticou.
De acordo com informações dos plantonistas da unidade da Marambaia, durante a noite e madrugada do sábado, dois médicos fizeram plantão de 12 horas que encerrou às 7 horas da manhã. Mas, a médica que deveria estar na escala de plantão do domingo está de férias e a administração não providenciou um substituto.
A unidade da Marambaia é uma das mais procuradas da cidade, atende a população do bairro e arredores, além de boa parte de pacientes de Ananindeua porque está localizada na entrada da cidade. Em dias comuns, são realizados uma média de 200 atendimentos diários, enquanto em fins de semana o atendimento chega a dobrar de volume.
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