segunda-feira, 9 de março de 2009

Ambulâncias sucateadas

No AMAZÔNIA:

Pouco mais de um mês após denunciarem a ausência de atendimento médico domiciliar, os moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, enfrentam mais problemas no atendimento médico e hospitalar no município. Denúncias de moradores e profissionais de saúde apontam que, desde a última quinta-feira, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu -192) está reduzido pela metade porque os veículos estão sucateados e sem combustível.
Dados do Portal Transparência demonstram que a prefeitura de Ananindeua firmou convênio de R$ 200 mil com o Ministério da Saúde para compra de ambulâncias, mas o dinheiro pode ser não ser repassado porque o convênio perderá a validade este ano. Ninguém da Prefeitura foi encontrado para falar sobre o problema.
Ontem de manhã, a reportagem de O LIBERAL e Amazônia conversou com profissionais que atuam no atendimento de urgência e emergência na Grande Belém que confirmaram: as ambulâncias em Ananindeua não atendem a demanda do município há muito tempo. Sem se identificar, dois profissionais de saúde relataram que o município possui quatro veículos para atendimento de urgência, um deles direcionado para casos mais graves, no entanto, as ambulâncias estão sucateadas e duas delas não circulam há pelo menos quatro meses. O problema seria o desgaste e a falta de manutenção dos veículos.
Ontem de manhã, a reportagem comprovou que apenas duas ambulâncias estão funcionando na cidade, e uma delas estava parada para troca de óleo. Procurados pela reportagem, funcionários do Samu de Ananindeua, que tem sede na Cidade Nova, não deram informações sobre os problemas nos veículos. O condutor Erick Vasconcelos negou o problema, disse que estava trabalhando normalmente e que não sabia sobre as denúncias. 'Acabei de deixar uma paciente no hospital Metropolitano e estamos atendendo todos os chamados sem problemas', argumentou.
Com atendimento precário, os moradores do segundo maior município da Grande Belém viveram ontem mais um dia dramático na busca de atendimento médico. No Pronto-Socorro da Cidade Nova 6, pacientes aguardavam a única ambulância disponível, ocupada com o transporte de uma criança para o Pronto-Socorro em Belém. Na Unidade do Paar, onde também deveria haver uma ambulância para transporte dos casos mais graves, funcionários alegaram não saber sobre o paradeiro do carro, que não estava disponível para a população. Além de estar sem transporte, a unidade também ficou sem médico até o final da manhã. Pedro Vasconcelos reclamou que sua mulher, grávida de quatro meses, chegou ao posto por volta das 8h00 e só conseguiu ser atendida por volta de meio-dia, horário em que uma médica teria chegado ao posto.
Criado em 2003 pelo Governo Federal, o Samu deveria servir não só para transporte de pacientes graves, mas também para encaminhar pacientes para o atendimento mais adequado, evitando superlotação nas unidades de saúde ou excesso de transferências. O programa deveria ser acompanhado por uma unidade reguladora com a presença de um médico que faria o primeiro atendimento logo por meio do telefone. 'Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações', diz o material divulgado sobre o Samu pelo Governo Federal. O Samu em Ananindeua foi instalado em 2005.

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