No AMAZÔNIA:
A CPI da Pedofilia no Senado chegou a Belém com uma ideia preconcebida e já fazendo um verdadeiro 'julgamento político'. É dessa forma que o deputado estadual Luiz Afonso Sefer analisou, ontem, o pedido de prisão e até mesmo o comportamento dos membros da comissão do Senado.
Afirmando incisivamente sua inocência, Sefer garante não haver qualquer prova no inquérito policial de 800 páginas que comprove os crimes a ele atribuídos, e que todos os 50 depoimentos lhe são favoráveis. Ele relata que a sua vida sofreu uma verdadeira devassa e que permanece com a consciência tranquila, acreditando que a Justiça saberá interpretar o que é excesso e o que é verdade.
Para Luiz Sefer, os senadores da CPI anteciparam o resultado do processo investigatório ao adotar uma postura marcada pelo juízo de valor preconcebido. O posicionamento dos parlamentares deveria ocorrer com isenção máxima durante o interrogatório a que foi submetido na última quinta-feira, 5. 'Apesar de tudo isso, não vou esmorecer diante do compromisso com a minha família e com o povo. Esse compromisso é muito maior do que toda essa campanha difamatória', disse, ressaltando que é deputado estadual há cinco mandatos e que, ao longo desses 20 anos, sempre esteve entre os mais votados do Pará.
As contradições apontadas pelos membros da CPI no depoimento de Luiz Afonso Sefer, de acordo com ele próprio, não se sustentam pela fragilidade que apresentam diante dos fatos e das circunstâncias apuradas no inquérito policial, já em mãos do Ministério Público Estadual. Esclarece que os seus três filhos estudaram, sim, parte da vida escolar em estabelecimento público de ensino, da mesma forma que a menina que estava sob sua tutela, isso em resposta à suposição de que a garota não era tratada adequadamente.
O deputado explicou, durante a entrevista, que existe um costume que faz parte da cultura paraense e até da população da região Norte do País, em acolher crianças do interior na capital. Ele ressalta que há inúmeros casos que podem ser comprovados em centenas de famílias de Belém, inclusive de seus familiares, que oferecem oportunidade de estudo e melhoria de vida a jovens do interior. 'Eu reafirmo com todas as minhas forças, com toda a veemência e indignação, que sou inocente e que confio na Justiça do Estado', reiterou.
Sobre a contradição apontada por Magno Malta de que havia uma diferença de idade de sete anos entre a filha e menina, ele afirma que a intenção foi unicamente de oferecer companhia à sua filha nos dias em que estava em Belém. Isso não é contradição, acredita o deputado.
Outro ponto citado pelo parlamentar foi a negativa de que seu depoimento ocorresse reservadamente, o que foi pedido com a preocupação de preservar a garota. Essa mesma solicitação foi deferida às duas delegadas que depuseram na CPI. Ele ressalta ter estranhado o fato de não lhe ter sido permitido apontar e mostrar trecho de depoimento feito pela avó de um garoto de seis anos, que teria sido molestado pela menina, machucando, inclusive, a genitália do menino. 'Reafirmo que este depoimento consta no inquérito e não me foi me permitido apontá-lo', diz Sefer. Os 51 depoimentos foram cuidadosamente lidos e analisados por Luiz Sefer e seu advogado e ambos afirmam que não há, entre os relatos, nada que dê suporte à versão da garota e que, pelo contrário, seriam provas a seu favor.
A mudança de comportamento da menina aconteceu, de acordo com Sefer, assim que ele intensificou a cobrança de seus resultados escolares e impôs limites rígidos de horário, impedindo seus retornos para casa em altas horas da madrugada. Sefer encerrou renovando o desafio de que lhe mostrem uma única página do inquérito que sustente as denúncias da menina. Disse ainda continuar na posse e em pleno exercício de sua honra, que é seu bem maior.
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