domingo, 1 de março de 2009

Muito mais que um amigo

No AMAZÔNIA:

A iniciativa de um grupo de fisioterapeutas de reunir cães em programas de reabilitação motora tem revolucionado o tratamento dos pacientes. 'Desde que comecei a me tratar com os cães, até minha autoestima aumentou', resumiu a aposentada Iranilde Rocha, que convive com o mal de Parkinson há alguns anos. E é essa alegria que tem dado o tom das sessões do Projeto Unicão, que funciona de maneira experimental no Centro Social Santo Agostinho, em Canudos. A iniciativa é pioneira no Pará. No Brasil, apenas mais quatro estados têm tratamento cinoterápico. 'Esses estudos começaram nos Estados Unidos e como a eficácia foi comprovada, alguns países passaram a adotar a técnica. Até o momento temos tido boas repostas de nossos pacientes', afirmou a fisioterapeuta Alessandra Magalhães, uma das responsáveis por trazer a técnica para Belém.
'Após 15 minutos de contato com os cães, o corpo começa a liberar hormônios que causam uma sensação reconfortante para o paciente. Consequentemente fica melhor para trabalhar suas coordenações motoras', explicou Alessandra. Atualmente o Unicão atende 28 pessoas e já conta até com lista de espera. 'A maioria dos pacientes idosos que sofrem um AVC (Acidente Vascular Cerebral) acabam sofrendo de depressão. Aí encarar horas de sessões de fisioterapia pode ser um sacrifício. Com a introdução dos cachorros como uma espécie de co-terapeuta, essa relação muda. Há muitas pessoas nos procurando, mas como esse é um projeto-piloto, temos que fazer lista de espera', esclareceu Alessandra.
Apesar de não ser um tratamento novo, há pouca literatura sobre o assunto. Porém, segundo os especialistas, há indícios de que no século 19, na Alemanha, em um centro para epiléticos com mais de 5 mil pacientes, a cinoterapia já era utilizada. A partir da década de 70, a terapia com animais passou a ser estudada com mais afinco. Para a paciente Karina Souza, 23, que apresenta um quadro de paralisia cerebral, os animais têm sido um motivo a mais para continuar o tratamento. 'Eu sempre gostei de cachorros. Quando minha mãe soube que existiam pessoas que trabalhavam a fisioterapia com cachorros, a gente correu para se inscrever. Eu estou adorando', declarou.

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