sábado, 7 de março de 2009

Irmão da governadora vai à comissão, mas se mantém calado

No AMAZÔNIA:

João Carlos Carepa invocou o direito constitucional e não deu uma palavra sobre as acusações de pedofilia que pesam contra ele. Orientado pelo advogado criminalista Américo Leal, que se sentou atrás dele na mesa de depoimento, o acusado pronunciou 21 vezes frases como 'vou permanecer calado', 'tudo o que eu falar e que possa ser usado contra mim eu prefiro ficar calado' e 'exerço meu direito de ficar calado'.
'Caíca' foi convocado para depor pela manhã, mas o advogado enviou ofício à CPI, informando que impetrara um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal, a fim de garantir o direito do acusado não depor. O presidente da CPI, Magno Malta, avisou que se até às 11h30 João Carlos não comparecesse para depor, expediria uma ordem para a Polícia Federal levar o convocado à força até a Assembléia. Às 13h, Malta voltou a informar que já havia assinado o mandado, mas recebeu informação de que a família do acusado estava acertando a sua ida à CPI.
'Caíca' chegou à AL por volta das 14h e entrou escoltado por um batalhão de seguranças da própria Casa. 'O senhor tem garantias constitucionais e não é obrigado a falar nada que o incrime, mas nós estamos dando oportunidade do senhor se explicar, se defender', propôs Malta.
Como o acusado ignorou aos apelos de Magno Malta e do senador José Nery, ouviu do primeiro a seguinte frase: 'O justo de indigna com falsas acusações. Mas como a Constituição dá o direito de ficar calado, para nós, que vamos formar juízo para fazer o relatório da CPI, não muda nada a sua postura', disse Malta. José Nery confirmou que o pedido de prisão preventiva protocolado pelo Ministério Público contra Carepa sumiu do setor de protocolo do Fórum Criminal. Ele leu o despacho do juiz da Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes, Paulo Jussara, que determinou a abertura de processo administrativo para apurar o caso.

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