domingo, 15 de março de 2009

Coveiros estão quase parados

No AMAZÔNIA:

Coveiros do cemitério do Tapanã estão fazendo 'operação tartaruga'. Sem nenhuma sinalização da Prefeitura de Belém quanto às reivindicações deles, os trabalhadores da necrópole voltaram ao trabalho ontem, mas em ritmo lento. 'Não queremos deixar as pessoas que não têm nada a ver com o nosso problema prejudicada. Mas a prefeitura mostra que não está nem aí para a gente', declarou Lino Moreno, que há 33 anos é coveiro. 'Esse é o pior prefeito que a gente já teve', completou.
Diferentemente dos trabalhadores, a direção do cemitério garantiu à reportagem que tudo foi resolvido entre a prefeitura e os trabalhadores, e que as reivindicações foram atendidas. 'Regularizamos o trabalho essa manhã. Quem fez a greve foi outra turma. O pessoal que está trabalhando hoje nem entrou em greve. Porém não tenho informações sobre as bases da negociação, foi diretamente com a prefeitura', afirmou Luis Carlos, diretor do cemitério do Tapanã.
A informação do diretor foi desmentida pela turma de coveiros que trabalhou ontem. 'Pode observar, estamos trabalhando sem equipamento nenhum. Ainda temos que aguentar o mau cheiro que está nesse cemitério. Eu queria que a saúde viesse aqui, para ver as nossas condições de trabalho. A prefeitura nem quis saber da gente', disparou Raimundo da Silva.
A crise no cemitério do Tapanã começou na manhã de anteontem, quando a turma de coveiros se negou a trabalhar por causa das perdas salariais que a prefeitura impôs aos trabalhadores. Os coveiros exigem o pagamento de horas extras, aumento do efetivo e melhores condições de trabalho. 'Tem amigo nosso de quem foi tirado até o vale transporte. Isso não está certo. Queremos nossos direitos como todos os trabalhadores', declarou Lino Moreno.
Segundo os coveiros, o efetivo da necrópole é de dez trabalhadores, que se revezam em duas turmas de cinco, que trabalham dia sim e dia não. 'Por dia fazemos cerca de 20 sepultamentos e não temos nem luva para trabalhar. Às vezes a família do falecido reclama porque estamos trabalhando sem camisa, mas não podemos fazer nada. As pessoas têm que saber o que a prefeitura faz com a gente', reclamou Raimundo da Silva. 'Se não derem os nossos direitos, vamos paralisar totalmente', finalizou.

Nenhum comentário: