quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Juíza aceita contar à CPI os horrores em que menores vivem

A juíza Odete Carvalho, da 2ª Vara da Infância e Adolescência, será convidada para comparecer à CPI da Pedofilia.
A data do comparecimento da magistrada será definida possivelmente ainda hoje pela Comissão.
Há duas semanas, três membros da CPI ouviram pessoalmente, da magistrada, um relato sobre as condições selvagens em que vivem os menores custodiados, ou seja, em que vivem os menores infratores estão segregados temporariamente do convívio social.
Aliás, não apenas ouviram o relato, como receberam das mãos de Odete Carvalho o relatório que também já foi entregue à governadora Ana Júlia.
Os três deputados da CPI – Bira Barbosa (então presidente da Comissão), Arnaldo Jordy (relator) e Simone Morgado – que conversaram com Odete ficaram aterrorizados com o que ouviram e leram.
Aterrorizados.
A juíza, aliás, chegou às lágrimas ao contar aos parlamentares tudo o que já constatou.
O governo do Estado já tem o relatório.
Não diz o que vai fazer?
Ou, se nada vai fazer, por que não diz logo?
Vai ver, tudo ficará para depois da disputa para ver se Belém ganha a parada para sediar a Copa de 2014.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas...seu Espaço Aberto, me responda uma coisa.
Não é nesse tal Erec, se não estou enganado, que os infratores recebem intensivas "medidas-sócio-educativas" para retornarem sadios e recuperados ao convívio da sociedade?!
Cuma é isso, então?

Anônimo disse...

Boa tarde, caro Paulo:

permita-me a intromissão e antecipar-me à sua resposta ao anônimo das 15:18: é, sim, nesse EREC (Espaço Recomeço!!!), que os menores infratores deveriam ser educados e reeducados para o convício social. O mesmo EREC que em novembro do ano passado já havia sido denunciado pelo MPEpor fugas, maus tratos e arbitrariedades.

É nesse Centro que a juíza descreveu ao deputados, em lágrimas, segundo a nota do Poster, que se pretende aplicar e cumprir o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.

É assimtambém que setores da sociedade justificam as críticas ao ECA, "culpado" da sempre crescente criminalidade entre adolescentes.

Após sair de uma "reeducação sócial" nos termos que o estado brasileiro oferece, eles vão para as ruas - depois de violados, maltratados, humulhados e absolutamente secos de qualquer dignidade ou esperança - e, quando não são assassinados pela polícia ou mortos nas refregas entre si, praticam novos crimes ou infrações e vão superlotar as cadeias, locais onde as medidas "sócio-educativas" devem ser ainda mais aprimoradas.

Explica-se agora, também, porque mais de 50% da população carcerária do Pará tem entre 18 e 29 anos.

Não, caro Anônimo e caro Poster. Nem Santo Ambrósio nos salva.

Abraço, anônimo.

Abração, Paulo.

Anônimo disse...

Não sei o que a juíza espera.
Ela requisitou a abertura dos inquéritos policiais, confrome lhe falculta a lei?
Se há fatos criminosos, porque não encaminha as vítimas pobres para a defensoria promover a queixa, afinal, ante a inércia do Ministério Público cabe a ação penal subsidiária da pública.