quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Prisão de assassino acalma Igarapé-Miri

No AMAZÔNIA:

Acusado de assediar um garoto de 12 anos em um banheiro no campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), o estudante Cleiton Jones de Lima Ferreira, de 34 anos, foi espancado dentro de uma das celas da carceragem da Seccional de Icoaraci, onde foi mantido preso desde segunda-feira, 15. Cleiton sofreu lesões na cabeça, braços e costas. Ele foi submetido, ontem, a exame de corpo de delito no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Quatro presos foram identificados como os responsáveis pela agressão e terão seus nomes registrados em um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO).
Cleiton foi ouvido pela delegada titular da Seccional de Icoaraci, Ione Coelho, no final da manhã. Ele disse ter sido ameaçado de morte pelos presos e descreveu as agressões sofridas dentro da cela. Ainda assustado e com as mãos trêmulas, o acusado pôde encontrar os familiares no pátio da seccional. Indignado, o pai do jovem disse que denunciaria os policiais à Corregedoria da Polícia Civil por terem sido omissos em relação à situação.
Ione Coelho explicou que os presos começaram a agredir o rapaz depois que identificaram o motivo da prisão. Cleiton é acusado de aliciar um menino de 12 anos e praticar sexo oral na criança dentro de um banheiro da UFPA. Ele foi preso e encaminhado para a Delegacia do Pró-Paz, na Santa Casa de Misericórdia. De lá, foi transferido para a carceragem da Delegacia de Icoaraci, onde permaneceria aguardando vaga no sistema penal.
Hostilidades - A delegada informou que os policiais retiraram Cleiton da cela assim que perceberam a movimentação. 'Nós o tiramos a tempo, tanto que ele sofreu apenas lesões de natureza leve. É uma situação difícil porque não temos celas especiais', justificou a delegada. Segundo ela, os presos pela lei Maria da Penha também passam pela mesma situação, são hostilizados pelos outros detentos e chegam a sofrer agressões físicas graves.
Ainda segundo a delegada, o rapaz deve ser devolvido à carceragem após os exames no Renato Chaves. 'Eles estão ali para pagar pelo crime que cometeram e não para terem suas integridades físicas molestadas. É nosso dever zelar pela integridade de todos os presos. Nesses casos, a gente pede para que eles não contem por que foram presos. Ou até que mintam, que digam que foi assalto ou outro crime. Os detentos não aceitam esse tipo de crime e hostilizam. Infelizmente, nós não temos celas especiais', disse a delegada.
Acusação - O estudante universitário foi preso dentro de sala de aula, na segunda-feira, 15, na UFPA, acusado de abusar sexualmente de um garoto de 12 anos. Funcionários de uma empresa terceirizada que atua dentro do campus flagraram o acusado e a criança dentro de um banheiro e acionaram a segurança. O caso foi parar na Delegacia do Pró-Paz, na Santa Casa. A delegada Simone Machado, do Pró-Paz, disse que com base nos depoimentos de vítima e testemunhas, o universitário seria autuado em flagrante pelos crimes de atentado violento ao pudor e favorecimento à prostituição.

2 comentários:

Anônimo disse...

se fosse um cliente do ministro do supremo tribunal federal, nem ficava preso, se fosse deputado nem seria chamado a depor, isto é o retrato desse brasil falido, por que não prendem o deputado na mesma cela?, e ainda querem que o cidadão comum cumpra a lei, fala sério.

Danilo Soares disse...

Os vinte anos da Constituição cidadã, apesar de tão decantado ainda se mostra como um desafio para a efetivação dos direitos e garantias fundamentais. Independentemente se cliente de Ministro ou cliente de advogado Estrela, ou até mesmo se o cliente é um grande traficante, um ministro do STJ, um presidente do TJ do Espiríto Santo ou um feirante, certo é que a norma exige mas a Administração Pública, enquanto Poder Judiciário e Poder Executivo (Sistema Penal), não consegue materializar a presunção de inocência, individualização da pena,assistência judiciária integral e outras garantias fundamentais.
Bem ou mal avanços houveram e certamente a "Democracia de hoje" deve ser bem melhor do que a "Ditadura de ontém". Vale lembrar que são apenas 20 anos de Estado Democrático, agora que a Constituição entrou na idade adulta, logo, o Sistema Jurídico ainda sofrerá um amadurecimento, enquanto isso todos devem estar vigilantes, para prevenir ou reprimir possíveis violações e não dar margem para se tornar mais um dado estatístico.