Fora das ilusões, além das ilusões, Ana Júlia perdeu. E perdeu de goleada.
Perdeu porque queria que o deputado Martinho Carmona fosse candidato, em vez do jaderista Domingos Juvenil. Não conseguiu.
Perdeu porque deixou as negociações correrem soltas na Assembléia e, quando deu por si mesma, Jader Barbalho já havia jogado todas as suas cartas.
Ana Júlia Perdeu porque, ao perceber que a eleição de Domingos Juvenil seria favas contadas e que o PMDB havia se sobressaído nas negociações para a formação da nova chapa, resolveu firmar posição, fazendo-a da forma mais atabalhoada, caricata e patética possível.
Perdeu porque, ao firmar posição, não se preocupou primeiro em mensurar suas forças e avaliar a eficácia dos instrumentos de poder que detinha em mãos para satisfazer suas pretensões.
Perdeu porque, mesmo sem mensurar suas forças, foi buscar o argumento esfarrapado de que não queria um tucano na 1ª vice-presidência.
Perdeu porque, ao fazer a exigência para que se excluísse o tucano Ítalo Mácola da 1ª vice-presidência, acabou chamando para a briga o próprio PMDB de Jader, aliado governista.
Perdeu porque, ao fazer ameaças ao PMDB, talvez não esperasse que Jader fosse topar a parada e ficar na condição do atacante que está com a bola nos pés e pronto para fazer o gol; o adversário, se preferir, que lhe dê botinadas.
Perdeu porque disseminou, entre a própria base aliada, um clima de enfrentamento que fez o PMDB e o governo do Estado chegarem à eleição rachados. Um racha que, podem estar certos, vai produzir novos e graves enfrentamentos em futuro próximo.
Perdeu porque tentou viabilizar uma chapa para enfrentar a do PMDB – com Juvenil na cabeça – e não conseguiu.
Perdeu porque não conseguiu sequer encontrar um candidato para encabeçar a chapa que iria enfrentar a de Juvenil.
Perdeu porque não conseguiu emplacar, na chapa única que enfim foi formada, nenhum deputado do PTB, partido da base que lhe rende as maiores reverências.
E Ana Júlia perdeu porque, não tendo mais o que perder, empenhou-se em obter o acordo que enfim vingou: propor que a 2ª vice-presidência fosse entregue a um tucano, em troca da suposta pacificação de ânimos que garantiu ao PMDB, por enquanto, os cargos de que dispõe no governo: secretarias de Obras e Saúde, Detran, Cosanpa, Adepará e Jucepa.
Ana Júlia perdeu, por fim, porque seus scholars, seus articuladores políticos a guiaram de forma descoordenada, errática, zonza, desnorteada, atabalhoada.
Ana Júlia, com tudo isso, talvez tenha protagonizado o pior momento de seu governo. O pior.
Foi um momento tão constrangedor que melhor seria se a governadora tomasse posse hoje.
Se fosse possível, era o caso de ela dizer: “Senhoras e senhores, o que está pra trás não vale. Vamos zerar tudo. Vamos começar de hoje. Um, dois, três e.... já. Comecei de novo”.
Coitada da governadora!
Ah, coitada!
Em menos de uma semana, várias derrotas.
Ana Júlia é aquela que perdeu por 10 a 1, mas pensa que ganhou porque fez um gol.
Só um.
3 comentários:
Faltou um perdeu.
E que Ana Júlia começou o processo de sucessão da Mesa querendo acabra com o G10 até transformou em G8, para, finalmente, dar-lhes três vagas na Mesa.
Putz!
Você tem razão, Anônimo.
Esse "perdeu" é da maior importância.
Vou postar seu comentário na ribalta, mais tarde.
Se você se lembrar de mais "perdeu", mande (rsssss)
Abs.
Faltou explicar melhor outra: o PTB, que perdeu vaga na mesa (estava fazendo doçe e custou a tomar posição), foi quem na realidade "deu corda na governdora". ELeS articularam com o Carmona, com os descontentes do G e com os da "base" aliada. Queriam por que queriam o Sefer na presidência, mas não conseguiram, lógico.
Agora vamos esperar a indicação para as três vagas do TCE, que abrem no ano que vem.
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