Mãe de adolescente foi assassinada

A adolescente que teria sofrido abuso sexual e cujas denúncias ensejaram a instauração formal, indesmentível, inequívoca, real, verdadeira de um inquérito que investiga o deputado Luiz Afonso Sefer tem uma triste história.
Seu núcleo familiar está destroçado, está desfeito.
Em Mocajuba, município onde a garota nasceu, sua mãe foi assassinada. Não se sabe ao certo do paradeiro de seu pai, mas há informações – não confirmadas – de que ele não apenas estuprou uma cunhada como teria matado a mulher, no caso, a mãe da menina, que na época em que veio para Belém, para morar na casa de Sefer, tinha apenas 9 anos de idade.
O Conselho Tutelar da Região I – que abrange o bairro onde a menor residia – dispõe de relatos detalhados sobre tudo o que aconteceu. Há conselheiros que estão temerosos por sua segurança, mas estão recebendo manifestações de apoio para que não escondam nada.
O deputado Carlos Bordado (PT) vai apresentar requerimento pedindo que o deputado Luiz Afonso Sefer seja convocado para depor na CPI da Assembléia que investigará a violência e a exploração sexual contra crianças e adolescentes. O bispo do Marajó, dom José Luiz Azcona, que em abril deste ano fez denúncias sobre casos escabrosos envolvendo exploração infantil na região do Marajó, também será convocado por Bordalo. E o Conselho Tutelar, de onde partiram as denúncias contra o deputado do DEM, pedirá para acompanhar formalmente os trabalhos da comissão.
Há uma questão ética – ou regimental, se quiserem. Até agora, Sefer figura como suplente da Comissão. E como será, se for convocado? Um membro da CPI poderá depor na própria CPI da qual é suplente? O investigador pode ser ao mesmo tempo investigado? A bancada do DEM vai trocá-lo? Vai aceitar substituí-lo? O assunto será resolvido hoje à tarde, na Assembléia.