Do leitor André, sobre a postagem Uma turista na Pousada dos Guarás:
Meus caros. Vejo que o debate está muito bom e não perderia a oportunidade de fazer meus comentários! Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que sou paraense e bairrista. Já estive no Marajó e adorei! As praias, a cidade de Salvaterra - simples, pacata, acolhedora, simplesmente encantadora.
Entretanto, é bom que se comente: a infra-estrutura é péssima! Para chegarmos lá, enfrentamos barco e ônibus. Importante aqui relatar que o barco, digamos, não inspirava muita confiança. Minha esposa, preocupada com nossa segurança, bateu o olho no barco e disse: “Não vamos nisto aí, vamos?” Tentei acalmá-la dizendo: “Claro que vamos! Este é um barco típico nosso! Não parece mais é seguro.” Obviamente que ela não se convenceu e, ao entramos no barco, conferiu se existiam coletes salva-vidas suficientes para todos no barco. Resultado: Não havia, segundo avaliação de minha esposa, que tratou de garantir o seu.
"Aceitar transportes precários, aves desfrutando desjejuns com os hóspedes e máquinas roubadas é aceitar que nós, paraenses, não somos capazes de receber quem quer que seja com o conforto e a deferência que todo o hóspede merece."
Bem, superado o barco, restava apenas o ônibus, uma versão um pouco mais empoeirada de um Sacramenta-Nazaré, só que com paisagem diferente na janela. Como bom Sacramenta, estava lotado e obviamente que fomos em pé. A esta altura, a face de minha amada consorte já não escondia seu ódio no coração, como diria o poster.
Vejam bem, não estou reclamando! Não estou difamando! Realmente acho que quem vai para lugares pitorescos e rústicos deve ir com o coração aberto e pronto para enfrentar as vicissitudes da vida rural.
A pergunta que me faço é: Devemos festejar esta situação ou melhorá-la? Devemos achar que esta é a nossa cara, a nossa cultura, o nosso modus operandi? Se assim acharmos, então devemos festejá-la! Devemos divulgá-la! Se não acharmos, devemos gritar e buscar melhorias. Em nenhuma situação, consigo enxergar que não falar, não relatar, esconder, seria benéfico.
Aceitar transportes precários, aves desfrutando desjejuns com os hóspedes e máquinas roubadas é aceitar que nós, paraenses, não somos capazes de receber quem quer que seja com o conforto e a deferência que todo o hóspede merece.
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