No AMAZÔNIA:
Com apenas nove anos de existência e debutante em campeonatos brasileiros, o Águia estréia hoje no octogonal final do Brasileiro da Série C. O time de Marabá está entre os 48 melhores do Brasil em 2008, mas quer muito mais. Comendo pela beirada, o time paraense viu que os demais concorrentes não eram tão superiores e que dava para ir longe.
Quando começou a competição, o Azulão almejava apenas se manter na Terceirona para garantir a temporada cheia em 2009. Alcançado o primeiro objetivo, o time agora quer dar um passo mais largo e chegar na Segunda Divisão do Brasileiro, hoje uma competição rentável e de muita visibilidade.
Dos oito times que ainda estão na disputa da Série C é justamente o Águia considerado a principal zebra. Jornais e emissoras de TVs de São Paulo foram a Marabá para fazer reportagens com o time de uma cidade interiorana sem grandes tradição no futebol. O Águia tem um elenco absolutamente desconhecido e é treinado pelo presidente do clube.
O time de Marabá contrariou todas as expectativas. O melhor é que a surpresa não foi por acidente. Em raras exceções, a equipe marabaense foi sempre ofensiva e dona de um futebol vistoso. Deixou Paysandu e Remo para trás e tornou-se o único representante do Estado em Campeonato Brasileiro.
Quando a bola rolar, às 16 horas de hoje, no Mangueirão, contra o Guarani, o Águia jogará na condição de patinho feio. É o 'penetra' do octogonal e seus adversários quase nada sabem sobre a equipe.
Nenhuma projeção aponta o time marabaense como um dos candidatos a uma das quatro vagas para a Segundona. Já foi longe demais e tem que se contentar com isso, certamente dirão os adversários. Mas o time pensa justamente o contrário.
Depois de verem que o único 'bicho-papão' da Série C seria o Paysandu, que nunca meteu medo no Azulão, ficou a certeza para comissão técnica e elenco de Marabá que sonhar não paga imposto e que dá para ir mais longe.
Corrobora para isso o fato de João Galvão ter praticamente todo o elenco à disposição hoje. O treinador só não contará com o atacante Aleílson, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O jogador, que era faxineiro há menos de um ano, é o artilheiro do time na competição com oito gols. Com certeza é um grande desfalque.
O meio-de-campo do Águia terá em Ciro um jogador com mais ritmo, provavelmente diferente daquele que esteve em campo nas duas últimas rodadas da terceira fase. Após mais de um mês se recuperando de uma lesão no joelho direito, ele se mostrou um pouco apreensivo, mesmo assim não desapontou.
Em seu retorno, Ciro deu o passe para o gol de Felipe Mamão no empate contra o Paysandu, placar que praticamente rendeu aos marabaenses a classificação ao octogonal. Agora é mostrar bom futebol já no terceiro jogo consecutivo.
Estádio vazio terá apenas o gramado como fator favorável ao Azulão
Para o confronto de hoje contra o Bugre, o Águia terá no Mangueirão um ponto a favor e outro contra. O primeiro é o gramado. O estádio estadual tem um dos melhores piso do Brasil. A inoperância dos times da capital fez com que o campo fosse pouquíssimo utilizado desde o fim do Parazão, o que facilita sobremaneira para uma equipe técnica como o Águia.
O fator negativo é que será um jogo quase privê. Até ontem, menos de 200 ingressos haviam sido vendidos e a expectativa de renda e público não é das melhores.
No estádio marabaense Zinho Oliveira cabe apenas duas mil pessoas, mas, mesmo esse número diminuto é suficiente quando o estádio está lotado e está todo a favor do Águia. O Mangueirão terá presença reduzida de torcedores nas arquibancadas.
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