Do Comunique-se
Em artigo publicado na edição desta semana, a The Economist classificou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista como sendo um resquício da ditadura militar no Brasil. A revista também citou que a questão está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal e que o ministro da Educação estaria pensando em permitir que graduados em qualquer área poderiam exercer o jornalismo, “norma que, ainda assim, excluiria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
“Quando a lei que estipula a obrigatoriedade foi introduzida em 1967, serviu como um caminho útil para evitar que pessoas que pudessem trazer problemas (à ditadura militar) expressassem suas opiniões”, diz o artigo.
Competitividade garante qualidade do jornalismo
O artigo questiona o posicionamento de Celso Schröder, recentemente empossado presidente da Federação Latino-Americana de Jornalistas. Para Schröder, “‘a qualidade do jornalismo no Brasil sofrerá se as regras forem modificadas’”.
“Grande parte do jornalismo brasileiro é bom e independente, particularmente quando comparado com a mídia do México ou da Argentina. Mas isso está menos relacionado com o diploma que com a competitividade do mercado de jornais e revistas”.
Os mini-Berlusconis
O problema que afeta o jornalismo brasileiro, para a The Economist, é o grande número de políticos que são donos de veículos de comunicação. Citando o site Donos da Mídia, o artigo diz que 271 políticos controlam algum meio de comunicação.
“Nenhum diploma pode garantir reportagens que sejam independentes desses mini-Berlusconis”, diz o artigo, em referência ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que controla diversos veículos de comunicação naquele país.
Na última quinta-feira (23/10), o Comunique-se enviou aos usuários cadastrados, pesquisa sobre a obrigatoriedade do diploma, a criação do Conselho de jornalismo e o grupo de estudos para a regulamentação da profissão.
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