As origens do arraial de Nazaré (acima, o deste ano, em foto do blog) são tão antigas quanto as do Círio. Na verdade, o arraial começou com uma feira agrícola, idealizada pelo governador dom Francisco de Sousa Coutinho, idealizado dois anos antes do primeiro Círio, com produtos vindos de diferentes regiões da Província do Pará. Com o tempo, a feira foi se transformando em arraial e surgiram espaços para venda de comidas típicas e para jogos.
Na segunda metade do século XIX, a iluminação do local passou a ser feita por gás de hidrogênio carbonado. Antes mesmo que a cidade conhecesse a luz elétrica, o arraial de Nazaré já exibia, em 1892, nas quatro esquinas, pontos do novo sistema de um tipo de iluminação, que só viria a ser inaugurado dois anos mais tarde. Nos anos 40, o empresário Félix Rocque movimentou a festa, trazendo a Belém grande nomes da música e do teatro brasileiros. Para tanto, construiu o grande teatro Coliseu, com dois mil lugares e mais outros cinco teatros menores. Tudo, hoje, é apenas memória.
O Largo de Nazaré foi, aos poucos, perdendo sua identidade. Primeiro, derrubaram o pavilhão Flora e os coretos. Bares tradicionais fecharam e os arcos da festa, que eram quatro, ficaram reduzidos à metade. Os brinquedos mais antigos, como o cavalinho movido à lenha, foram substituídos por outros mais modernos, quem vêm e vão, a cada ano, num parque de diversões itinerante. Em 1982 foi inaugurada a Praça Santuário e o arraial foi transferido para o terreno ao lado do Centro Social de Nazaré, onde foram construídas lanchonetes e pequenos restaurantes padronizados.
Colaboração do professor e jornalista João Carlos Pereira
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