sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mino Pedrosa nega fonte revelada de suposto jantar

Do Comunique-se

O editor-especial da IstoÉ Mino Pedrosa, co-autor de matéria que informa a existência de um suposto jantar com assessores do Supremo Tribunal Federal e o advogado de Daniel Dantas, Nélio Machado, em 11/06 -- data em que Gilmar Mendes, presidente do Supremo, concedeu o primeiro habeas-corpus para libertar o empresário --, disse nesta quinta-feira (09/10) que não contatou o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda para saber dessa informação, como aponta a procuradora da República Lívia Nascimento Tinôco.
Em ofício de 29/09, Lívia responde ao procurador-geral da Justiça, Antônio Fernando Barros de Silva e Souza, sobre inquérito aberto pela Procuradoria, a pedido de Gilmar Mendes, para investigar as informações do suposto encontro. Diz que o jornalista da Isto É havia lhe dito que apurou o caso com Lacerda. O ministro do Supremo negou que assessores do STF estivessem presentes no jantar.
Em outra reportagem sobre o caso, publicada em 26/09, Mino Pedrosa e Hugo Marques, mostram o ofício da procuradora, que pede imagens do circuito de tevê de um restaurante japonês, onde teria havido um jantar investigado pelo delegado Protógenes Queiróz, responsável pela Operação Satiagraha, que prendeu Dantas.
A procuradora explica que não falou antes do ofício que pedia as imagens do restaurante aos dois jornalistas por uma "estratégia de investigação". Diz que Protógenes Queiróz afirmou a ela que não se sabia quem estava neste jantar. Conta ainda que os jornalistas lançaram que o encontro havia sido com assessores do Supremo e Nélio Machado como "uma especulação sem maior suporte".
Para Lívia Nascimento Tinôco, os jornalistas fizeram acusações sobre Gilmar Mendes. "Desde o primeiro momento ficou claro que que havia a intenção por parte dos jornalistas de incriminar Gilmar Ferreira Mendes", disse.

Fontes não-reveladas
A versão do jornalista da IstoÉ é a de que não houve a intenção de incriminar Gilmar Mendes, e sim de apurar os fatos com a procuradora. "É meu papel de jornalista", afirmou.
Pedrosa informou, em resposta a ofício da procuradora, que uma de suas fontes foi o ex-agente aposentado da Abin, Francisco Ambrósio do Nascimento, reponsável pelo caso dos grampos, como conta reportagem de capa da Isto É. Não revela as demais. "Enquanto tiver condições de proteger as fontes, o farei", afirmou.
O editor especial da Isto É explica como foi a abordagem com a procuradora. "Conversamos com ela quando já sabíamos, por outras fontes, que o jantar aconteceu. Ela negou a existência da investigação e do envolvimento de pessoas ligadas ao Supremo", disse.
Mino Pedrosa diz que vai continuar apurando o caso. "Acredito na fonte e continuo sustentando o encontro", afirmou.

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