A repulsa dos leitores contra o barulho – seja de candidatos, seja de aparelhagens sonoras – tem alcançado impressionantes aqui no blog, nos últimos dias.
Um Anônimo apresenta a sugestão, que o Espaço Aberto acolhe, para que sejam disponibilizados os links das principais postagens sobre o assunto. Isso facilitará a que um leitor, passando por aqui pela primeira vez, possa se posicionar melhor sobre o assunto.
Então aí vão os links, abaixo:
Além do mau gosto, um barulho ensurdecedor
“Não há autoridade que resolva este problema de barulheira”
Sete razões contra o barulho em campanhas eleitorais
Barulho contra a barulheira. E um desafio aos candidatos.
Candidatos do barulho
Barulho gera confusão
14 comentários:
O gravíssimo problema da poluição sonora em Belém e municípios vizinhos não ocorre apenas em época eleitoral. Antes fosse.
Em todos os 365 dias do ano, somos castigados pela sandice de débeis mentais que nos perturbam com uma barulheira sem sentido.
Fazer barulho é uma atitude que tem sido estranhamente valorizada pela sociedade e pelos políticos paraenses. Para os de memória curta, vale lembrar que o atual prefeito Duciomar Costa ofereceu em 12 de janeiro do corrente ano, dia do aniversário de Belém, um prêmio a Raimundo Orlando Corrêa, mais conhecido como DJ Dinho, comandante da aparelhagem de som Tupinambá.
DJ Dinho recebeu o Mérito Francisco Caldeira Castelo Branco das mãos de Dudu. Essa atitude lamentável do prefeito só ajuda a consolidar o triste pensamento de que as aparelhagens fazem bem aos moradores da cidade.
E tudo é motivo de barulho. As pessoas não sabem comemorar os bons momentos de forma civilizada, porque ainda estamos muito longe de sermos uma sociedade civilizada.
A pobreza a que está condenada grande parte dos habitantes da Metrópole da Amazônia dá a medida do problema. Observemos a configuração sócio-econômica dos bairros: o centro de Belém é uma ilha de comodidade cercada de favelas por (quase) todos os lados. É terrível! Bairros como Guamá, Jurunas, Cremação, Condor e Terra Firme são as maiores fontes de origem da barulheira, que se espalha por todos os recantos da cidade.
Nesses locais, há muita gente sem cultura, sem informação de qualidade, sem acesso a boas oportunidades de ensino. Ou seja: é o cenário perfeito para o surgimento de mais e mais barulhentos.
É uma caminho sem volta? Penso que não. Cabe aos políticos que comandam esta terra estabelecer políticas sociais e educacionais sérias, que desestimulem esse comportamento. Ou a cidade corre o sério risco de ficar surda.
A inteligência de uma pessoa é inversamente proporcional à potência do seu aparelho de som. Simples assim.
Tatiana Santos
Na Suíça...vejam só a discrepância de culturas...em algumas cidades e condomínios, é proibido, após um certo horário, o uso da descarga de vasos sanitários, assim como ligar o chuveiro para tomar banho. As pessoas se privam de coisas que, para nós, até então, eram impensadas, para o bem de toda uma comunidade. Isso sim é civilidade, não é frescura não.
Anônimo das 14:18,
Vou postar seu comentário na ribalta, amanhã.
É dos mais oportunos.
Abs.
Tatiana, com certeza.
Quem não se faz notar pela inteligência, tenta chamar atenção pelo barulho e pelo desrespeito.
Abs.
14:48, não é apenas o pessoal da periferia que gosta de fazer e faz barulho. Os playboyzinhos do centro também transformam suas maquininhas em treme-terras ambulantes. Aqui na Terra firme (Perimetral/ufra) somos acordados de madrugada pelos decibéis absurdos das carangas nos finais de semana principalmente. Discordo de você apenas na questão da periferia. Gente mal-educada há em toda parte. E ainda tem controlista de aparelhagem que quer ser vereador.
Ei alcyr, cai na real, Terra Firme é periferia.
Moro na periferia, não gosto de barulho e não o faço. Tenho direito de dormir em paz como qualquer cidadão de Nazaré ou do Benguí. O problema para alguns é que só habita a periferia quem tem "pouca" ou "nenhuma" cultura. O que se discute é a poluição sonora onde ela aconteça. Dizer que a origem do problema está na periferia é que eu não concordo. Sempre morei na periferia, e ao contrário do que se pensa, aqui também moram trabalhadores, gente de bem, que gosta e curte de tudo aquilo que a nossa cultura nos proporciona. Aqui aprendi a respeitar as vontades e os gostos. Não tenho autoridade, nem pretensão de ser melhor ou pior que ninguém. É certo que há pessoas que não respeitam os direits alheios, mas estas eu encontro em qualquer lugar desta cidade. A ironia do 08:13 é lamentável (como posso tratá-lo senão por um horário? Que estranho!), mas também não perderei a oportunidade de me manifestar e assinar o que escrevo e penso, principalmente de onde escrevo, A Terra Firme. Meu prezado, posso não morar bem pra você. Apesar dos perigos, Sinto aqui na Perimetral a brisa do rio Guamá que não fica muito longe daqui. Ouço passarinhos cantando na minha janela. Olho de frente para as pessoas com que convivo neste bairro. E não sinto nem um pingo de vergonha de dizer isto. Para algumas pessoas, a periferia é somente o que aparece nas horrendas folhas policiais dos jornais, mas as outras faces não interessam a ninguém. Tudo bem, de qualquer maneira somos decentes e não temos do que nos esconder.
Paulo, abs.
08:13, os playboyzinhos aos quais me refiro circulam também pela periferia, de madrugada, a procura de... você deve saber.
Desculpe alcyr, eu não poderia generalizar.
Por que não atacar o problema pela raiz? É preciso que nos organizemos. Fazer pressão sobre os deputados estaduais e vereadores (se é que estes têm poder pra tal) pra que elaborem lei proibindo a instalação dessas verdaeiras aparelhagens ambulates em que transformaram os veículos na cidade. E quem insistisse em usar tal aparato sonoro teria o equipamento apreendido. Porque a lei contra os abusos existe, mas não é aplicada pelo policial que passa diante de tais infratores e não fazem nada contra o excesso de barulho. Assim como passam diante de residência em que o som tá anormal e não param pra informar às pessoas que aquilo é ilegal. Ou seja, ou se faz lei específica para o problema ou se orienta a polícia pra agir.
MATÉRIA DO UOL
01/09/2008 - 11h33
População repudia "sujeira e barulheira" dos candidatos nas ruas de Belém
Irna Cavalcante
Especial para o UOL
Em Belém
A Justiça Eleitoral promete fechar o cerco contra os candidatos barulhentos nesta eleição. Esta semana o MPE (Ministério Público Eleitoral) lançou a Recomendação nº 3, direcionada aos procuradores e promotores eleitorais de todo o Estado. O documento é enfático: os fiscalizadores da lei vão coibir a poluição sonora nas campanhas eleitorais, usando, inclusive, o poder de polícia eleitoral confiados a eles. E a própria população já dá sinais de repúdio contra a prática destas ações.
Neste domingo (31), a Comissão de Fiscalização da Propaganda do TRE-PA (Tribunal Regional Eleitoral do Pará) anunciou que vai realizar no próximo dia 5 de setembro, reunião com os partidos políticos e candidatos para debater a questão.
Na recomendação, o procurador-regional eleitoral, Ubiratan Cazetta; o coordenador do Centro de Apoio Operacional Eleitoral, Frederico Oliveira e o coordenador do Núcleo de Meio Ambiente do Ministério Público do Estado, Raimundo Oliveira, dizem que, constatado por qualquer meio de prova, o abuso quanto à propaganda sonora deve ser coibido e até cessado imediatamente. A orientação não descarta ainda a aplicação de penalidade contra os barulhos.
A postura mais rígida dos fiscais do bom andamento nas eleições está pautada principalmente no que diz o Código Eleitoral: "não serão toleradas as práticas de propaganda eleitoral que perturbem o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos".
O MPE chama atenção ainda que a propaganda dos candidatos não está livre com as demais regras aplicadas para garantir a paz, o sossego público, a harmonia dos fatores ambientais, o bem-estar e a boa qualidade de vida dos cidadãos, tudo garantido pela Constituição Federal de 1988.
A farra dos carros de som devem, portanto, ser barradas pelos 102 promotores públicos lotados nas Zonas Eleitorais do Estado para manter a população resguardada dos males provocados pela poluição sonora. A recomendação do MPE apresenta ainda informações sobre esse tipo de problema das grandes cidades, baseado em análise da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Além da recomendação contra poluição sonora, a Coordenadoria do Centro de Apoio Operacional Eleitoral do MPE já orientou os promotores eleitorais, através de comunicação oficial, a redobrarem a atenção contra a compra de votos e o caixa dois nas campanhas para prefeito.
O coordenador do Centro, promotor de Justiça Frederico Oliveira, comenta que a Lei 11.300, em vigor desde 2006, será mais bem aplicada nestas eleições pelos responsáveis pelo equilíbrio do pleito em 2008.
Reação da população
Em Belém, a própria população também já começa, por conta própria, a repelir este tipo de prática. Na praça da República, uma das mais movimentadas da cidade e ponto de encontro de campanha de vários candidatos ao pleito de outubro, a Associação dos Trabalhadores Informais do Centro Histórico de Belém espalhou faixas por toda extensão da praça declarando votos de repúdio contra candidatos barulhentos.
"A gente nem se incomoda que eles venham para cá fazer a campanha deles, só não podem sujar a praça e afugentar quem veio passear com uma barulheira infernal como eles estavam acostumados. O eleitor não merece isso", afirmou a vendedora Lúcia Silveira.
Anônimo das 16:01,
Sabe que a repulsa popular pode ser mais eficaz que os atos do Tribunal?
Mas nada invalida o empenho do MP Eleitoral e da própria Justiça em coibirem os excessos.
Abs.
Desculpas aceitas, abs.
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