terça-feira, 11 de março de 2008

Ribeiro tenta se segurar como pode no comando do Remo

A eliminação do Remo do Campeonato Brasileiro na semana passada, após a derrota por 2 a 0 diante do Central, e o empate sem gols do último domingo contra o Cametá/Vila Rica, em jogo válido pelo Parazão, repôs o presidente do Leão, Raimundo Ribeiro, na linha de tiro de segmentos de conselheiros do Remo que não desistem de forçá-lo a renunciar.
Durante os últimos dias, foi intensa a movimentação nos bastidores, para se encontrar uma alternativa que, conforme expressão de um remista, “fosse capaz de dar uma prensa, de encostar o Ribeiro na parede” e fazê-lo renunciar à presidência do clube ou pelo menos ficar longe da gestão do Remo até o final de seu mandato. Ficar em banho-maria, enfim.
O problema é que seria necessário, primeiro, escolher um nome para ser aclamado como vice-presidente remista. O cargo está vago desde que Guto Hage, o vice-presidente, renunciou. Mas ninguém encontra quem queira ser o presidente remista. Porque ninguém quer assumir um pepino de grandes dimensões. Tentou-se, até o final da semana passada, convencer Benedito Wilson Sá, promotor público, a apresentar-se como candidato a vice. Mas ele preferiu não embarcar na canoa furada de assumir as rédeas de um clube com as finanças destroçadas.
Resultado: na reunião do Conselho Deliberativo, adiada de ontem para hoje à noite, Ribeiro deverá dizer ao povo remista que fica, muito embora ninguém queira que ele fique. A questão é que o cartola alega que assumiu compromissos de mais de R$ 1,5 milhã para bancar a folha de pagamentos do Remo. E pretende não deixar na mão, ou por outra, não pretende passar o calote nos que lhe emprestaram o dinheiro.
Enquanto não se sabe ao certo se Ribeiro sai ou fica, um grupo de cardeais remistas encontrou-se num almoço, na quinta-feira passada, e resolveu que a melhor forma de ajudar o clube a minorar a pindaíba em que se encontra é mesmo passar a sacolinha. Preliminarmente, ficou acertada a formação de vários grupos cujos integrantes, individualmente, ficariam responsáveis em recolher contribuições financeiras regulares de voluntários dispostos a colaborar com o Remo.
O detalhe mais do que relevante: Raimundo Ribeiro não sentirá o cheiro da grana e nem tampouco vai ver sua cor. O dinheiro que eventualmente vier a ser arrecadado será inteiramente destinado aos cofres da Associação dos Torcedores e Amigos do Remo (Atar) e da Juventude, que usará os recursos para concluir as reformas no Baenão e para, se for necessário, bancar parte da folha de pagamentos mensal.

2 comentários:

Anônimo disse...

As finanças e o conselho azulino estão destroçadas, uma triste realidade.
As administrações irresponsáveis rolaram a bola de neve dos gastos malucos despenhadeiro abaixo até chegar no precipício financeiro em que se encontra.
Nada acrescentaram ao patrimônio físico do clube, ao contrário, deixaram sem manutenção o ganha-pão chamado Baenão hoje fechado para remendos paliativos.
Os conselheiros, cardeais e apaninguados assistiram sem reagir, ou melhor, nada fizeram pois estiveram ocupados brigando por suas panelinhas, palanques, microfones e holofotes.
Hoje, o maior rival (que estava ou está em situação igual ou pior que a azulina) se une , constroi patrimônio e consegue montar (e motivar) um time que, mesmo mediocre, está se garantindo.
Enquanto isso, ex e atuais dirigentes e conselheiros azulinos, desunidos e em eterna discordância, continuam a falar linguas diferentes, uma verdadeira Babel.
Cadê os promesseiros e ilusionistas que trariam rios de patrocínio de multinacionais, tudo conversa fiada e irresponsável.
Onde chegamos: todos opinam, mas ninguém quer ser vice; o atual presidente empinou um papagaio junto aos amigos (serão eles azulinos?) e não renuncia por isso.
Seria por que pensa ainda descontar esse mico até o fim do mandato? Muita pretensão, não?
Essa é a cena azulina atual: um presidente que conseguiu piorar o que já era ruim e um conselho que nada delibera, nem contra nem a favor.
Passar a sacolinha é um filme tão velho quanto abrir conta esperando colaboração de torcedores.
Não vejo nuvens claras no céu azulino, infelizmente.
Desunião é a tônica atual.
AZULINOS DE CORAÇÃO, UNI-VOS!
Desabafo de um humilde torcedor azulino.

Poster disse...

Anônimo,
Você disse tudo. Exatamente. Perfeitamente. Sem tirar nem pôr. Sua lucidez é a que falta aos cartolas do Remo.
Vou postar seu comentário na ribalta, em destaque, durante a manhã desta quinta.
Abs. e volte sempre.