Em O ESTADO DE S.PAULO:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Campo Grande, onde deu início a obras de urbanização e saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que não se sente sob ameaça do Congresso. Lula foi categórico ao avisar que não pretende abrir mão da edição de medidas provisórias - mecanismo que parlamentares contestam. “Qualquer deputado e qualquer senador sabe que é humanamente impossível você governar se não tiver medida provisória. Porque o tempo e a agilidade que as coisas precisam acontecer muitas vezes é mais rápido do que o tempo das discussões democráticas que são necessárias acontecerem no Congresso.”
O presidente reagiu à mobilização de parlamentares de oposição, que articulam trancamento da pauta de votações por causa do excesso de MPs. “Primeiro, não tem ameaça. Eu acho que o Congresso tem que trabalhar de uma forma que se sinta bem. A medida provisória, quando foi instituída, na Constituinte de 88, ela veio porque todos nós estávamos cansados de decreto-lei.”
Lula aproveitou para ironizar opositores e exumou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que o Senado sepultou em dezembro, ao garantir que vai superar a falta do imposto do cheque. “Se Deus quiser, a economia vai continuar crescendo esse ano”, disse ao povo da Vila Popular, nos arredores de Campo Grande, que foi aplaudi-lo e à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), a quem alguns aclamaram como a sucessora de Lula na Presidência.
“Vocês sabem que no final do ano teve um grupo de pessoas lá no Senado que teve uma imaginação, eu diria, extraordinária”, ele prosseguiu. “Resolveram tirar a CPMF do governo. Isso significou menos R$ 120 bilhões para o governo até 2010, dos quais R$ 40 bilhões eram para a saúde.”
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