sexta-feira, 14 de março de 2008

Flexa confirma: os tucanos querem Simão Jatene candidato

Mas o senador diz que, em termos de eventuais acordos e alianças, não existe a menor possiblidade de incluir a retirada da candidatura de Pioneiro a prefeito de Ananindeua

O presidente regional do PSDB, senador Flexa Ribeiro, garante ao blog que não há a menor possibilidade, a menor cogitação de vingar qualquer acordo para as eleições municipais deste ano, em Belém, que envolva a retirada da candidatura – até aqui, em verdade, pré-candidatura – do deputado Manoel Pioneiro a prefeito de Ananindeua.
Segundo maior colégio do Estado depois de Belém, Ananindeua é feudo do PMDB de Jader Barbalho, cujo filho, Helder, é prefeito do município e deverá enfrentar Manoel Pioneiro, que todas as pesquisas apontam com chances reais de voltar à prefeitura do município vizinho à Capital.
“O deputado Manoel Pioneiro é o candidato do nosso partido a prefeito de Ananindeua. É o melhor colocado nas sondagens eleitorais feitas até aqui. Tem experiência administrativa e possui todas as condições de voltar a ser prefeito de Ananindeua”, diz o senador.
Descontada a pré-candidatura de Pioneiro, Flexa mostra-se, digamos, pragmático. E não descarta composições com quem quer seja para o pleito de outubro.
- Até com o PMDB? – pergunta o blog.
- Até com o PMDB – responde Flexa.
- Até com o PMDB do deputado Jader Barbalho?
- Até com o PMDB – insiste Flexa. - As eleições são municipais, mas não podem ser consideradas isoladamente. Fazem parte de um contexto. Têm repercussões que estão além dos municípios. E o PSDB não pode perder isso de vista – diz o senador.
Flexa confirma o que muito já se especulou, mas ninguém dizia até agora: no PSDB, a expectativa dominante em quase todos os segmentos do partido é de que o ex-governador Simão Jatene - cujo projeto é candidatar-se apenas em 2010, para tentar retornar ao governo do Estado – disputa a prefeitura de Belém em outubro.
O senador diz mais: “Nosso sonho mesmo é uma chapa que tenha o ex-governador Simão Jatene como candidato a prefeito e a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco como vice. Retomaríamos, assim, a chapa vitoriosa na eleição para o governo do Estado em 2004”, diz Flexa.
Respeito e simpatia por Valéria
Ele garante que Valéria tem grande aceitação no partido. Desperta tanta simpatia que é capaz de fazer coincidir, nesse mesmo sentimento, inclusive dois tucanos que passaram a não se bicar a partir do término das eleições de 2006: os ex-governadores Almir Gabriel e Simão Jatene. Ambos, segundo o senador, têm um grande carinho por Valéria e vêem nela uma das melhores revelações da política paraense nos últimos anos.
Flexa parece pisar em ovos, ou equilibrar-se verbalmente na ponta de uma vareta, quando aborda as mágoas - nunca externadas publicamente, mas de todos conhecida – de Almir em relação a Jatene.
O senador admite que Almir, mesmo em seu exílio voluntário em Bertioga, no litoral paulista - para onde se mudou com a família no início deste ano, depois de uma maratona de despedidas em Belém -, ainda não absorveu as mágoas de Jatene, a quem atribuiu grande parte da responsabilidade por sua derrota para a atual governadora Ana Júlia Carepa (PT).
Otimista, Flexa acredita, no entanto, que o estilo turrão de Almir ainda haverá de ceder aos poucos, o que facilitaria uma recomposição com Jatene. “O tempo haverá de curar isso [as mágoas de Almir]. Eles são dois grandes amigos. São dois homens públicos da melhor qualidade. Sempre colocaram os interesses do Pará acima de quaisquer outros. São experientes na política. Então, é natural que esperemos uma recomposição”, afirma o senador.
Se Jatene não fala com Almir porque Almir não quer falar com Jatene, Almir gosta de falar com Flexa e Flexa com Almir. No início desta semana, chegou-se a especular que Flexa teria ido a Bertioga especialmente para tratar de eleições. “Ele [inclusive] voltou a Belém queimadinho”, disse ao blog uma fonte, insinuando que o litoral paulista, com suas praias, seria um bom recanto para se discutir política.
O senador garante que não se encontrou com Almir, mas tentou falar com ele. “Estive em São Paulo, sim, como convidado do casamento de um filho do Paulo Skaf [presidente da Fiesp]. Tentei falar com ele por telefone, mas não consegui. Mas, seguramente, todas as vezes em que eu for a São Paulo, farei questão de conversar com o dr. Almir”, antecipa Flexa.

A opção Duciomar Costa
A insistência dos tucanos em pedir – alguns chegam bem próximos a suplicar – que o ex-governador Simão Jatene concorra à Prefeitura de Belém, em outubro, não exclui outras alternativas de aliança e de composições, adverte Flexa.
E nesse sentido que ele avalia, por exemplo, a possibilidade de uma aliança do PSDB com o PTB do prefeito Duciomar, mesmo que os tucanos saibam do extremo risco que será compor-se com o atual gestor, alvo de denúncias e suspeitas como as que resultaram no ajuizamento de uma ação de improbidade administrativa.
Réu na ação proposta pelo Ministério Público, que o acusa de utilizar ilegalmente verbas da Saúde para comprar veículos que depois, em parte, foram incorporados ao patrimônio da Guarda Municipal, Duciomar já foi interrogado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Preferiu ser ouvido lá, perante um desembargador, do que ser ouvido em Belém, diante de um juiz e exposto aos incômodos holofotes da Imprensa. “Mas esta [a composição com Duciomar] é uma terceira opção”, diz Flexa.A primeira opção dos tucanos, claro, é Jatene. Primeira e, até agora, única.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aprendi,desde criança pequena, a não me meter na vida de vizinho.
Mas não posso deixar de demonstrar a minha alegria com as declarações do senador Flexa Ribeiro. A Valéria,então, nem se fala.
Só posso,de longe, ficar torcendo pelo nosso vizinho rico, o PSDB,para que encontre o melhor caminho nessas eleições, e não volte a errar, como nós, quando juntos apoiamos Duciomar Costa em 2004.
Vic Pires Franco

Anônimo disse...

gostei muito,legal pra chuchu