“Vou para São Paulo como um cidadão comum e pronto para recomeçar. Estou doido para chegar e topar a parada do recomeço. Amo todos vocês”, disse o ex-governador Almir Gabriel a cerca de 100 amigos seus que compareceram ontem à noite ao jantar de despedida que ele ofereceu antes de se mudar com a família para a capital paulista. Ele externou suas convicções otimistas no futuro do Estado e previu que “daqui a dez ou 20 anos o Pará será maior que Minas Gerais ou Paraná."
“Não houve a menor menção sobre eleições ou sobre o lançamento de uma pré-candidatura ao pleito municipal em Belém, conforme se especulou”, garantiu há pouco ao blog um dos comensais do jantar.
Paulo Chaves, ex-secretário de Cultura, um dos mais íntimos colaboradores do ex-governador na duas vezes em que Almir foi governador e um dos cotados para disputar a Prefeitura de Belém pelo PSDB nas eleições de outubro, também estava lá. “O senhor vai para um exílio e levará todos nós”, disse Paulo.
Valéria Pires Franco, ex-governadora na gestão de Simão Jatene, era uma das presentes. Virtual candidata do Democratas à Prefeitura de Belém, Valéria disse no discurso que Almir poderá sempre contar com os amigos que fez em toda a sua vida pública.
O tom foi claramente de despedida. Almir, segundo se conta, estava emocionadíssimo e chegou a ficar com a voz embargada ao discursar, mas não chorou. Com ele estavam a mulher, dona Socorro, Dona socorro, os filhos e uma neta adolescente, que também fez uma breve mensagem na ocasião.
JATENE - Os cerca de 100 convidados foram escolhidos a dedo. Entre eles não se encontrava o ex-governador Simão Jatene, do qual Almir guarda grandes ressentimentos desde que perdeu as eleições de 2006 para o governo do Estado, na disputa com Ana Júlia Carepa (PT). Jatene também já não fora convidado para uma despedida mais reservada, em dezembro do ano passado, no sitio Ipitu.
Poucos secretários do governo Jatene compareceram. Foram vistos, além de Paulo Chaves, apenas Teresa Cativo, Cicerino Cabral e Haroldo Bezerra. Almir convidou todos os nomes da cúpula da Segurança do Estado durante seu governo. É o caso do coronéis Fabiano Lopes e Caladrini, de Sette Câmara e do delegado Gilvandro Furtado.
Foram poucos os empresários que estiveram na despedida. Eram poucos de se contar nos dedos. Estavam no jantar, que ocorreu no restaurante Gulla’s, em Nazaré, apenas Oswaldo Nasser Tuma, Lutfalla Bitar e José Maria Mendonça. Também compareceu muita gente humilde, anônima, das relações privadas do ex-governador e sua família e que trabalharam com ele durante muitos anos.
Entre os anônimos, encontravam-se antigos servidores que atuaram com Almir nos tempos em que ele ainda exercia a medicina na Santa Casa de Misericórdia, no Hospital Barreto e no então Hospital dos Servidores do Estado.
MÉDICOS - Poucos colegas médicos de Almir foram convidados para a despedida. Um deles era Lourival Barbalho, tio do deputado federal e presidente regional do PMDB, Jader Barbalho, um dos mais ácidos adversários do ex-governador. Também marcaram presença os médicos Alfredo Oliveira e Manoel Rezende.
Colega de turma do ex-governador, Rezende evocou os tempos em que Almir ainda fazia estágio para cirurgia cardíaca e torácica. Destacou ainda a atuação do ex-governador nos tempos de política estudantil e citou, entre outros líderes, os empresários Oziel Carneiro e seu irmão Armando, já falecido.
Manoel Rezende mencionou ainda Everaldo Martins, médico, ex-prefeito de Santarém por duas vezes, deputado estadual e pai da prefeitura santarena Maria do Carmo (PT). Everaldo, que faleceu na região do Baixo Amazonas quando estava em campanha para se reeleger deputado estadual, no início da década de 80 do século passado, foi citado por Rezende como um dos maiores líderes estudantis que já conheceu.
Um comentário:
Um dia, e não vai demorar muito, o povo do Pará ainda vai fazer justiça e prestar uma homemnagem à altura para Almir Gabriel. Será o reconhecimento por tudo que esse homem público fez durante toda sua vida pelo bem do Pará. Pelo bem bem do povo do Pará.
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