domingo, 29 de maio de 2022

Emedebista vê motivação político-eleitoral e "malandragem" do governo Bolsonaro para travar projeto de Helder

A área do antigo Aeroclube, onde o estado pretende construir um parque: Paulo Guedes,
ministro da Economia, está travando tudo. E tudo pode acabar na Justiça.

O Diário do Pará publica neste domingo em sua página nobre, a 2, ao lado da coluna mais importante do jornal, longa matéria em que o próprio entrevistado, ninguém menos que o governador Helder Barbalho, faz uma revelação indignada: a de que o governo Bolsonaro, através do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, simplesmente não reconhece o acordo que o estado do Pará e o governo federal firmaram no ano passado, para a cessão de uma área de 900 mil metros quadrados, ocupada pelo antigo Aeroclube. 

Pelo acordo, assinado com todas as solenidades e formalidades legais entre o estado e o Ministério da Infraestrutura, com a anuência do Ministério da Aeronáutica, o governo do Pará já repassou à União R$ 25 milhões pela cessão da área, onde se pretende construir um complexo cultural, esportivo e de lazer.

Mas só que tem um porém, conforme a versão de Helder: Paulo Guedes entrou na parada e agora está dizendo que a cessão da área não pode ser efetivada, porque haveria uma espécie daquilo a que os juristas chamam de "vício de origem" na transação. Isso porque, para Guedes, seria o Ministério da Economia a esfera competente para firmar o acordo, e não o da Infraestrutura, que então tinha à frente Tarcísio de Freitas, atual pré-candidato bolsonarista ao governo de São Paulo. Resultado: parou tudo, e os R$ 25 milhões do estado estão retidos nos cores da União.

Um emedebista sem cargo no governo, mas que transita com desenvoltura no entorno de Helder, não mede palavras para apresentar o seu,  digamos assim, diagnóstico sobre o assunto.

"Isso não passa de uma grande malandragem, de uma grande sacanagem do governo Bolsonaro, que escalou o Paulo Guedes para desfazer o negócio. A motivação é puramente política, é puramente eleitoral. Bolsonaro não quer, agora, pôr tapioca no açaí do Helder", afirma o emedebista.

Ele considera insustentável o argumento de que o ministério de Tarcísio de Freitas não seria o competente para firmar o acordo com o estado.

"Esse argumento é uma piada. O Tarcísio sempre foi um burocrata experiente. Esteve à frente de modelagens de privatizações bilionárias. Alguém acha que ele iria se enrolar num acordo de R$ 25 milhões para a  simples cessão de uma área?", questiona o emedebista.

Em sua opinião, pelo contorno dessa aparente disputa entre Economia x Infraestrutura, tudo indica que não restará a Helder outra alternativa, senão a de bater às portas do Judiciário. Alternativa, aliás, que o próprio governador admite, conforme entrevista que concedeu ao seu próprio jornal.

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