quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mãe quer salvar filho doente

No AMAZÔNIA:

Na idade em que as mulheres caminham rumo à plenitude profissional e emocional, ela fica em casa cuidando de quatro filhos, três pequenos e uma adolescente. As crianças, que deveriam estar brincando no quintal, hoje são vítimas do destino. O Natal será um dia qualquer na vida da família da desempregada Edna Barbosa. Sem dinheiro ou condições de dar conforto aos filhos, dois com deficiência mental e física, agora ela busca conseguir tratamento de saúde multiprofissional para eles. Não garantir o que seria um verdadeiro presente natalino pode significar a morte de uma das crianças, de 11 anos, que a cada dia está mais debilitada.
A realidade de Edna, aos 30 anos, repete a trajetória de superação de milhares de brasileiras. Mas os atos da história de vida dela parecem mais dramáticos. Mãe solteira, ela vive atualmente na periferia de Ananindeua com dois salários mínimos. O dinheiro não é conquistado com o suor do trabalho, pois ela não pode ao menos sair de casa para ir a um emprego. Os R$ 990 mensais com que vive a família são adquiridos por meio dos benefícios do INSS que têm direito seus dois filhos deficientes. Flávio, de 9 anos, possui má formação congênita. Já Fabiano, 11, foi atropelado por uma moto em Breves, há dois anos, onde a família, que é de Chaves, residia desde 2002. Após ficar internado por quatro meses no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, passando 40 dias em coma, ficou em estado vegetativo. Não fala mais e perdeu alguns movimentos do corpo. Só é capaz de ouvir, entender e sentir.
Os gastos de Edna com as crianças consomem boa parte do orçamento doméstico. Além dos R$ 250 mensais reservados para pagar o aluguel da casa de três cômodos no Coqueiro, são gastos cerca de R$ 400 apenas com fraldas para os três filhos. 'Eu preciso comprar as fraldas. Não vou enrolar eles em um pano, pois eles podem ficar machucados', disse a mãe.
Há dias que não há comida na casa da família e as doações é o que livra os filhos da fome. 'Nós só contamos com as doações e a ajuda divina', disse. Quando interrogada a respeito do que espera neste Natal, ela nem pensa duas vezes, emocionada. 'Eu gostaria que meu filho pudesse ser atendido por médicos especialistas e que, assim, ele viva. Depois que isto estiver resolvido, uma casa para nós morarmos', respondeu. O aluguel em que estão abrigados não é pago há um mês, por que a filha mais nova de Edna, Emily, de 2 anos, teve anemia e foi necessário cortar a despesa para pagar uma consulta em hospital particular. Ceia de natal não vai haver na casa da família. 'Acredito que não vamos fazer nada na véspera. O dinheiro está curto', disse.
Conseguir tratamento para Fabiano atualmente é a principal luta da família. Pediatras, nutricionistas, fisioterapeutas e neurologistas que possam prestar acompanhamento médico regular, assistência gratuita ou que tenham projetos sociais de saúde podem colaborar com as crianças, assim como pessoas que possam fazer doações de cestas básicas, cadeiras de roda ou equipamentos para o lar.

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