Bolsonaro, parece, está pegando no susto.
Está, como se diz, pegando no tranco.
Está caindo na real: “Sou presidente do Brasil”.
Menos mal que seja assim.
Poderia o presidente perceber-se presidente tão
logo venceu as eleições de outubro do ano passado.
Não o fez de imediato, nem mesmo no minuto
seguinte ao que tomou posse. Por isso seu governo tem-se mostrado, até aqui,
errático, confuso, atabalhoado, hesitante, desorientado e destrambelhado.
Mas o presidente deu demonstrações evidentes de
que caiu na real ao convidar jornalistas para um café da manhã, nesta quinta-feira
(28).
Reuniu-se com jornalistas profissionais, de
diferentes veículos.
Durante o encontro, disse basicamente o
seguinte.
Que continuará usando as redes sociais para
comunicar-se, mas dará mais relevância às relações do governo com a imprensa
profissional, que ele mesmo reconheceu como a mais credenciada e preparada para
levar a público temas de interesse coletivo.
Disse claramente que nenhum de seus três filhos –
o vereador Carlos, o o deputado Eduardo e o senador Flávio – mandam no seu
governo.
Relevou ter dito a Carlos, o
pitbull que já derrubou até um ministro e que é tido como um
guerilheiro virtual, a dar uma segurada,
ou seja, a controlar seus instintos mais primitivos,
como diria - lembram-se? - Roberto Jefferson.
Disse ainda que a sua anunciada pretensão de
transferir a sede da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jesusalém
não está, de fato, nem decidida nem descartada, mas vai subordinar-se a uma
avaliação mais acurada dos interesses estratégicos do Brasil. Ou seja (e isto é uma conclusão deste blog):
dificilmente, mas muito dificilmente mesmo, Bolsonaro vai tirar a embaixada de
Tel Aviv, porque isso representará uma tragédia para o Brasil, em termos
estratégicos e comerciais.
Sim, gente.
Bolsonaro, parece, acordou na manhã desta
quinta-feira para o fato de que é o presidente do Brasil.
Isso significa que, muito embora todos saibamos
sobre suas disposições e predisposições ideológicas e os vieses morais que
sempre seguiu, é possível que Jair Bolsonaro apague o facho de suas paixões
políticas e abrande o fogo do radicalismo que sempre o notabilizou.
Aguardemos.
E acompanhemos atentamente.
Batendo continência e cantando
(sem filmagem) o hino nacional.
Um comentário:
Boa análise
Kenneth
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