quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Delcídio personifica, até agora, o escárnio que vence o cinismo


Vocês pensavam que já tinham visto tudo, em termos de transgressões legais dessas excelências envolvidas no petrolão?
Pensavam?
A prisão de Sua Excelência o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), expõe transgressões que, sem qualquer brincadeira, beiram o gangsterismo, na mais exata, precisa e objetiva acepção desse termo.
A ministra Cármen Lúcia disse tudo – tudinho mesmo – quando se manifestou a desfaçatez, a ousadia, a audácia desmedidas de um senador da República, ao arquitetar a fuga de um homem como o ex-diretor da Petrobras, já condenado em primeira instância por envolvimento na roubalheira da Petrobras.
Ouçam com atenção, no vídeo acima, a íntegra das gravações que embasaram a decisão unânime dos ministros da Segunda Turma do Supremo de mandar prender o parlamentar.
Ouçam o que Delcídio, a partir dos 14 minutos de gravação, diz sobre ministros do Supremo.
Ouçam e vejam se a ministra não resumiu a situação exatamente como ela se apresenta.
Sim, Cármen Lúcia resumiu tudo. As condutas de Amaral, disse ela, representam a constatação de que “o escárnio venceu o cinismo” (leiam a frase completa aqui).
Arquitetar a fuga de um condenado é, sim, um escárnio que se sobrepõe ao cinismo.
Mencionar ministros da mais alta Corte do país como supostamente cooptáveis é, sim, um escárnio que se sobrepõe ao cinismo.
Imaginar que o status de senador da República confere a quem o ostenta garbosamente a possibilidade de buscar, junto aos mais altos escalões do República, socorro para inocentar as condutas mais repulsiva e, portanto, nada republicanas, configura, sim, um escárnio que se sobrepõe ao cinismo.
Delcídio do Amaral, até agora, personifica o escárnio que vence o cinismo.
Sem tirar nem pôr.

7 comentários:

Unknown disse...

Um trabalho de muita coragem do Janot, pisando em ovos, sabendo do poder político e econômico por trás do senador, e ainda, da influência que o mesmo poderia ter no STF.
Levou sua denúncia à suprema corte, e esta, com total veemência, deliberou pela prisão. A unanimidade dos votos refletem que apesar das indicações políticas, o STF ainda pode, em certos momentos, atuar de forma autônoma em busca da justiça.

Anônimo disse...

Isso vai chegar no Lula, sim, porque o Moro não é venal!
Uma corrupção generalizada como essa que se apresentou na Petrobrás, não pode ser desconhecida das maiores autoridades do País. Só trouxa pensa contrário, com todo direito, é claro.
Prisão perpétua seria boa pra esse senador corrupto!

Anônimo disse...

Enquanto isso no Ministério Público Federal em São Paulo :

Um ano após ser concluído pela Polícia Federal, o principal inquérito criminal que investigou o cartel acusado de fraudar licitações de trens em São Paulo entre 1998 e 2008, em sucessivos governos do PSDB, está parado no Ministério Público Federal.

Responsável pelo caso, o procurador da República Rodrigo de Grandis ainda não decidiu se apresenta à Justiça denúncia criminal contra os suspeitos do caso, o que deflagraria uma ação penal após a PF ter indiciado 33 pessoas.

Grandis disse à Folha que ainda não protocolou a acusação formal porque aguarda o envio de documentos bancários por autoridades estrangeiras para comprovar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Os indiciados são suspeitas de praticar os crimes de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, fraude a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, segundo o inquérito finalizado pela PF em 28 de novembro de 2014.

Entre os indiciados estão o ex-presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) Mario Bandeira, o ex-gerente de Operações José Luiz Lavorente (os dois apenas por fraude a licitações) e os ex-diretores da estatal João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo.

Na lista dos acusados pela PF estão ainda ex-diretores das empresas Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans, além do consultor Arthur Gomes Teixeira, apontado como intermediário de suborno.

Na ocasião da conclusão do inquérito, os indiciados negaram a prática dos crimes.

A investigação refere-se aos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Para a PF, os indícios reunidos eram suficientes para iniciar uma ação penal, uma vez que, junto ao relatório, representou pelo sequestro de valores de sete empresas, o que a Justiça acatou.

A decisão de bloquear R$ 600 milhões das empresas sinalizou, no entendimento da polícia, que a Justiça reconheceu a existência de indícios e provas da autoria e da materialidade dos crimes.

Porém, para Grandis, ainda faltam provas sobre algumas contas bancárias e empresas localizadas no exterior. "Esses elementos são essenciais para a verificação do crime de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas", afirmou Grandis, por e-mail.

Questionado sobre documentos bancários já enviados pela Suíça, o procurador disse que a existência de depósitos no exterior pode indicar apenas a evasão de divisas.

"Se a denúncia fosse oferecida 'em partes', sem a documentação relativa a cada país, haveria oportunidade para aditamentos da denúncia originária, o que acarretaria atraso na marcha do processo", disse o procurador.

A demora na entrega da denúncia pode beneficiar os indiciados. Os crimes de corrupção prescrevem em 16 anos - delitos do caso dessa natureza praticados em 1998 e 1999 (até novembro) já prescreveram. Em 2016, prescreverão os cometidos em 2000, e assim por diante.

DEMORA

Em 2013, Grandis foi alvo de duas apurações, no Ministério Público Federal e no Conselho Nacional da classe, por ter levado cerca de três anos para atender um pedido da Suíça, que investigava pagamento de suborno pela Alstom a servidores paulistas.

À época, Grandis disse que o pedido fora arquivado numa pasta errada e por isso não teve andamento. Uma das apurações contra ele foi arquivada e a outra, suspensa pelo Supremo Tribunal Federal.

Em outubro, Grandis passou a integrar uma força-tarefa que vai assumir parte da Operação Lava Jato desmembrou pelo STF para a Justiça em São Paulo. As informações são sa Folha de São Paulo

Anônimo disse...

Anônimo das 11:48,

Um delito não justifica o outro.

Anônimo disse...

Não se preocupe. Lula não será preso.

Anônimo disse...

Um delito não justifica o outro, mas a notícia da FSP mostra bem a seletividade como os delitos de alguns são abafados. Principalmente mostra como o poder institucional é usado para atacar politicamente um lado e proteger outro . Ou seja , o tempo dos engavetadores-gerais da da República está pronto para voltar.

Anônimo disse...

Anônimo das 09:33

O problema do banditismo é sempre achar que está sendo atacado, perseguido, coitados...!