quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Retomar o desenvolvimento democrático e sustentável

JOÃO BATISTA BARBOSA DA SILVA

Decididamente o Pará é outro depois da realização do plebiscito. Outra realidade está evidenciada aumentando a responsabilidade dos que têm nas mãos o destino do povo paraense. O sentimento expressado nas urnas indica que é chegado o momento de estabelecer e concretizar um projeto de desenvolvimento que atenda definitivamente aos anseios dos moradores dos quatro cantos desse imenso estado. As populações das regiões mais distantes acenaram para a urgente mudança de paradigmas até então instalados no Pará.
O Partido dos Trabalhadores, diante do atual contexto e sempre lutando para a melhoria da qualidade de vida do povo, coloca-se à disposição para contribuir nesse novo momento histórico do Pará. Neste sentido, propõe uma conjugação de esforços para a construção do projeto de desenvolvimento democrático e sustentável verdadeiramente necessário para o Estado e tão almejado pela população paraense.
Um projeto de desenvolvimento que considere principalmente a dimensão geográfica do Estado no atendimento igualitário das demandas da população e onde as riquezas naturais existentes possam estar a serviço do povo paraense. Só em Carajás, por exemplo, está a maior mina de ferro do mundo, além de outras inúmeras riquezas existentes e o Tapajós, por estar no centro da Amazônia, é a região geograficamente estratégica para o Brasil e para o Mundo.
A consolidação do projeto de desenvolvimento no nível aqui proposto é concretizada quando há inclusão social, econômica, política e cultural, perpassando pela implementação real de políticas públicas para atendimento digno das necessidades das pessoas. O plebiscito revelou que esse desejo de inclusão é premente.
A população paraense não aguenta mais ser vitima das falsas promessas repercutidas pelo governo tucano, que como de costume faz uso desmesuradamente da publicidade oficial para mostrar um Pará inexistente. Há uma larga distância entre o Pará real e o Pará virtual mostrado pelos tucanos. O povo já conhece e não aceita mais essa prática. E ao contrário da propaganda apresentada pelos tucanos, o Pará vive um dos piores momentos da sua história, principalmente em três aspectos primordiais ao povo, sendo eles: segurança pública, educação e saúde.

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"Há uma larga distância entre o Pará real e o Pará virtual mostrado pelos tucanos. O povo já conhece e não aceita mais essa prática. E ao contrário da propaganda apresentada pelos tucanos, o Pará vive um dos piores momentos da sua história."
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A onda de violência impera nas diversas regiões. O Pará se destaca como tendo cidades mais violentas do país. Belém e região metropolitana vivem um momento de assassinatos em série que estão amedrontando a população, como os que ocorreram em Santa Isabel, Guamá e Icoaraci. O número de assaltos a bancos nos municípios aumentou muito nos últimos meses, subindo para mais de 60%, de acordo com o Sindicato dos Bancários. A insegurança no meio rural é gritante. Em menos de um ano, 10 lideranças rurais foram assassinadas. Em termos de saúde pública o povo padece em filas ou em espera para atendimento, sendo obrigado a se deslocar por longas distâncias; junto com isso a situação precária dos estabelecimentos de saúde. Na educação não é diferente e, não temos dúvida, que a juventude foi a principal prejudicada por causa da intransigência do governo estadual em perdurar por 56 dias a greve dos professores das escolas públicas.
Um ano depois de assumido, o governo estadual ainda tenta montar as peças no tabuleiro para administrar o Estado, enquanto isso a população vai esperando e sofrendo. Um dos maiores desgastes da administração tucana no Pará aconteceu durante a realização do plebiscito, quando o governo estadual desconsiderou por completo o desejo de mudança das populações das duas regiões envolvidas no processo de divisão do estado, ficando evidenciado na ocasião o sentimento de revolta em decorrência do abandono e a ausência de políticas públicas para essas populações que vivem mais distantes da capital paraense.
O governo do PT no Pará considerando as dimensões geográficas do estado e como forma de reduzir as desigualdades regionais viabilizou um mecanismo de gestão diferenciado e implantou as 12 regiões de integração, definidas a partir do grau de acessibilidade, dinâmica econômica, ocupação populacional e o nível de acesso a equipamentos básicos e conectividade. O atual governo decidiu por não seguir essa proposta de regionalização, muito embora tenha sido aprovada pela Assembléia Legislativa.
O PT ainda dinamizou a atuação no Estado do Pará através do trabalho desenvolvido pelo governo Federal, presente nas mais diversas ações, quer em termos de infraestrutura básica, saneamento, saúde, moradia. Melhorar a condição de vida nas cidades brasileiras é a meta trilhada por nosso governo em nível federal, por intermédio de programas como o PAC, Minha Casa Minha Vida, ampliação das ações do Pronasci, expansão da educação profissional, através da construção de novos institutos tecnológicos, pavimentação das BRs Transamazônica e Santarém-Cuiabá, hidrovia Araguaia-Tocantins, hidrelétrica de Belo Monte, entre outros trabalhos realizados no Pará pelo governo do PT.
Nossa visão de governo é prestar o serviço de qualidade que o povo merece e tem direito, ao contrário do governo tucano que cria uma suposta realidade para exibir na publicidade oficial. Os fatos, no entanto, comprovam uma outra realidade.

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"Um ano depois de assumido, o governo estadual ainda tenta montar as peças no tabuleiro para administrar o Estado. Enquanto isso, a população vai esperando e sofrendo."
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Diante de tantos desgastes, o atual governo resolveu criar medidas para taxar e fiscalizar o setor de mineração. O aproveitamento das nossas riquezas naturais exige medidas permanentes que levem ao verdadeiro desenvolvimento democrático e sustentável, com geração de emprego e renda, como por exemplo: implantação de siderúrgica para verticalizar a cadeia mineral de ferro no Pará.
Ratificamos aqui, portanto, nosso compromisso em contribuir nessa nova etapa da história do Pará. O novo ano é o momento de renovação das esperanças e de concretização de agendas que fortalecerão nosso compromisso. Por esse motivo, o encontro do Diretório Estadual do PT que acontecerá em fevereiro será em Santarém, quando aprovaremos a partir daí um diagnóstico mínimo da nossa plataforma política para as eleições de 2012. 
Por fim, reafirmamos nosso papel de oposição ao projeto realizado pelos tucanos no Estado do Pará, marcado pelo atraso social e político, que insiste em trazer de volta um sistema que desrespeita totalmente o direito do povo a serviços essenciais, com as privatizações que constituem-se atraso na vida do cidadão. Não há dúvida de que o modelo tucano já está superado no Brasil.
Conclamamos, desta forma, todos os dirigentes petistas, dirigentes dos partidos irmãos e toda a sociedade a fazermos do processo das eleições de 2012 espaço de elaboração, discussão e aperfeiçoamento do projeto de desenvolvimento democrático e sustentável considerando, que todos os paraenses indistintamente, precisam desfrutar dignamente do que têm direito.

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JOÃO BATISTA BARBOSA DA SILVA é presidente do Diretório Estadual do PT Pará

3 comentários:

Artur Dias disse...

De onde foi que o Sindicato dos Bancários tirou essa estatística???

Artur Dias disse...

Porque o PT só é contra as privatizações quando se trata de atacar os tucanos?

Anônimo disse...

Ótimo, tá fazendo o seu papel, de oposição, de baladeira, cumpanheru.
Até porque já foram vidraça com don'Ana e foi, também, uma lástima aos paraenses.
Ser vidraça é sempre mais cômodo.
Mas tá certo, continue denunciando, mas sem inventar nem mentir, que é feio.