sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um rombo de R$ 2 milhões e 2 milhões de perguntas

Mas que coisa, hein?
Essa história do rombo de R$ 2 milhões na folha de pagamento da Assembleia Legislativa suscita questões muito - muitíssimo - interessantes.
Primeiro: sabe-se agora, segundo informa a repórter Rita Soares, que o sedutor esquema remonta a 2003.
Céus! A 2003.
Mas por que transcorreram sete ou oito anos para se tomar alguma providência?
E quando as maracutaias começaram, a principal acusada, Mônica Pinto, já estava envolvida? Se estava, como é que, na gestão anterior à atual na Assembleia Legislativa, ela foi alçada à condição de chefe da Seção de Pagamentos?
Segundo: a principal acusada já está fora da Assembleia. Foi exonerada. Um pedido de sindicância foi formalizado em novembro do ano passado. Mas por que somente agora a sindicância vai ser instaurada?
Terceiro: há evidências à farta de que a principal acusada teria adotado, flagrantemente, condutas éticas incompatíveis em relação a este assunto das fraudes. E tanto é assim que foi exonerada. Se as provas são robustas - como diriam nossos dotôres juritas -, o que impediria que a Assembleia, independentemente da sindicância, representasse à Procuradoria Geral do Estado ou mesmo ao Ministério Público para adotarem as providências que competem a cada um? Afinal, R$ 2 milhões não são R$ 2. Ou são? E ainda que fossem R$ 2, o princípio da insignificância - tão caro a algumas correntes doutrinárias -deveria ser considerado na sua plenitude, como se os desvios fossem na esfera privada?
Quarto: Enfim, os R$ 2 milhões foram parar em muitos bolsos porque o esquema era mesmo muito bem azeitado ou porque houve complacência excessiva, desmedida e intolerável de tantos que, no dever de desmontá-lo, se eximiram de fazê-lo e, portanto, escusaram-se de seus deveres legais? Por que se eximiram? Por que se escusaram? Por que empurraram as coisas pra baixa dos lustrosos tapetes da Assembleia? Por que deixaram que essa sangria, que começou com R$ 20 mil, R$ 40 mil por aí, chegasse a R$ 2 milhões, com prejuízo para os cofres públicos e em desfavor da imagem da augusta Casa?
Como é que mesmo essa parada lá na Assembleia?

8 comentários:

Anônimo disse...

O mais engraçado é que o deputado ordenador de despesa e ex-presidente quer tirar da reta e deixar só a mônica na história...Mas a quadrilha é grande. E tem gente que está posando de honesto, tentando enrolar o atual presidente, mas na verdade também tá no meio dessa e de outra falcatrua, àquela de efetivação dos incompetentes pra aprovação em concurso público. Essa também já tá com o MPT, viu???

Anônimo disse...

Se fizerem auditorias nas secretarias que foram governadas pelo PMDB na última gestão (Saúde, detran, Coab, etc) vão encontrar também muitos rombos.

Mas será que o governo tucano vai auditar o aliado PMDB?

Anônimo disse...

Essa parada é antiga seu espaço, até os flanelinhas da praça em frente à ALEPA sabiam (juro). Só que, quando a mulher bomba se viu acuada, tratou de mostrar que tinha provas de outras cositas e não tiveram coragem moral para demití-la. É assim que o samba rola na casa de vidro.

AS FALAS DA PÓLIS disse...

Faltou dizerem que isso envolve o governo petista, não foi?

Anônimo disse...

Diógenes, sério que envolve? Conta pra gente

Anônimo disse...

Diógenes, pode até envolver, mas nemhum deputado do PT presidiu a ALEPA até hoje, entendeu?

Anônimo disse...

Essa senhora, segundo entrevista em O liberal, tinha 16 anos de casa e, pasmem, SEM CONCURSO PÚBLICO, em alto DAS.

Anônimo disse...

Seria bom lerem a Lei 7492/86!