Sarney é mesmo um craque. Até na encenação.

Esse Sarney, vamos admitir, é mesmo um craque.
Hehehe.
Fora de brincadeira, mas é.
No discurso de ontem, no Congresso, ele insistiu naquela coisa de que ser presidente do Senado pela quarta vez é - ohhooooooo! - um sacrifício pessoal.
Todo mundo acredita nisso (rss).
Não satisfeito com essa verdade verdadeira, aproveitou a presença, em carne e osso, da presidente Dilma Rousseff para exibir ares, digamos, de independência.
Ontem, na sessão solene em que a presidente leu a mensagem do Executivo, Sarney reclamou que, vejam só, "as medidas provisórias se transformaram em um grave problema, uma armadilha que perturba o funcionamento das instituições".
Essa é uma lengalenga que se repete desde que as medidas provisórias foram instituídas pela Constituição de 88.
É uma lengalenga repetida, portanto, há 23 anos.
Mas Saney faz isso encenando um indignação, uma exasperação que, acreditem, nos deixa quase acreditando na sua independência - e por extensão na do Congresso - perante o Executivo.
Admitamos, pois: Sarney é um craque.
Até quando faz mise-en-scène.
Hehehe.