No AMAZÔNIA:
O município de Marabá, no sudeste paraense, é a segunda cidade mais violenta do Brasil. Belém também se destaca de forma negativa: está entre as dez capitais mais violentas, perdendo apenas para Maceió (AL), Porto Velho (RO) e Recife (PE), e ficando à frente, inclusive, do Rio de Janeiro, cenário constante de guerras entre a polícia, traficantes e milicianos. Os dados fazem parte do 'ranking' divulgado ontem pelo Ministério da Justiça e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que desenvolveu um indicador inédito: o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJV). O IVJV contabiliza cinco diferentes indicadores sociais e de mortalidade nesta faixa etária: a taxa de homicídios, a de mortes em acidentes de trânsito, a empregabilidade e educação, a dimensão da pobreza e a taxa da desigualdade social nos 266 municípios.
O estudo mostra que os jovens do Norte e do Nordeste do Brasil estão muito mais vulneráveis à violência do que os do eixo Rio-São Paulo. Maceió é a capital mais violenta do país para quem tem entre 12 e 29 anos de idade, seguida por outras seis capitais dessas duas regiões, enquanto São Paulo é a mais segura para a juventude. O Rio, palco de guerra entre os traficantes, está em oitavo lugar no 'ranking' das capitais. A cidade mais violenta do Brasil é Itabuna, na Bahia.
'A pesquisa derruba determinados mitos, como o de que a situação mais vulnerával é a da juventude do Rio. Não é. Tem problemas graves no Rio de Janeiro, mas é no Nordeste (o maior problema): indicadores sociais baixos, pouca aplicação de recursos para renovar o sistema de segurança pública e poucas políticas preventivas, que agora estão começando, com a adesão de dezenas de municípios ao Pronasci (Programa Nascional de Segurança Pública com Cidadania)', disse o ministro Tarso Genro.
O IVJV leva em consideração os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo), de 2006, com metodologia desenvolvida pelo Laboratório de Análises da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Marabá - As duas cidades brasileiras em que os jovens são mais vulneráveis à violência, Itabuna (BA) e Marabá (PA), têm pelo menos duas características em comum: são de médio porte e não são atendidas pelo Pronasci. Em Marabá, é a ausência de espaços de convivência que influencia no índice de exposição da juventude à violência, segundo a prefeitura. Lá não há cinemas ou shoppings Segundo a Prefeitura de Marabá, só há um projeto municipal de atividades extraescolares voltado para adolescentes, que atende cerca de 150 alunos.
Grande Belém - Os números do IVJV foram divulgados apenas quatro dias após o balanço oficial da Secretaria de Segurança Pública do Pará, feito em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Centro Estratégico Integrado (CEI), que indicou uma pequena redução da violência na Região Metropolitana de Belém, se comparados o período entre janeiro e outubro de 2009 com o mesmo período de 2008. Foram 107.176 ocorrências no ano passado contra as 103.803 deste ano, ou seja: 3.373 ocorrências a menos este ano.
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