segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O desembarque anunciado

Lembram-se daquela postagem sobre o desembarque lento, gradual e seguro do PMDB do governo Ana Júlia?
Pois então.
Foi na quarta-feira passada.
Se vocês leram a matéria da repórter Rita Soares, no Diário de ontem, terão ficado com a certeza de que é isto mesmo:o desembarque lento, gradual e seguro do PMDB do governo já começou desde que a Sespa foi entregue. Começou aí.
Depois vieram o Ophir Loyola, o Detran e a Paratur.
Faltam ainda a Jucepa, a Secretaria de Obras e a Cosanpa.
Mas tudo virá a seu tempo.
A seu tempo, tudo virá.
Porque é certo que não há mais clima para a continuidade desta aliança.
É mais interessante, tanto para Jader como para Ana Júlia, não se aliançarem – para usar este verbo inventado por profissionais da política.
Jader e seu PMDB não são tratados como gostariam. Preferem, então, ter um palanque próprio, que será também o palanque de Dilma Rousseff.
Ana Júlia e seu PT não gostariam de submeter às exigências do PMDB, um partido que, segundo os próprios petistas, não passa de um coadjuvante, um mero coadjuvante nesta aliança. Ana Júlia e o PT, portanto, preferem ter um palanque sem o PMDB, mas que será, apesar disso, um palanque para Dilma Rousseff.
Pronto.
E assim é melhor – ou menos pior – para todos: Ana Júlia, Jader, PT, PMDB e Dilma.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Paulo Bermeguy:
Como sempre é este seu blog o que atiça os mais interessantes debates. Mas, neste caso, com todo o respeito, o seu texto parece refletir uma torcida sua, um desejo para que - em favor de quem posso imaginar, mas não posso dizer - o entendimento entre PT e PMDB não se concretize.
Se você ler quase todas as matérias publicadas no e pelo Diário do Pará nos últimos dois meses meio, verá que o PMDB, Helder Barbalho incluído, fala com toda firmeza em fim da aliança e candidatura própria. Tratando como desejo das bases, como reação dos parlamentares ou mesmo como alternativa ao desgaste do governo e da governadora, o diário dos Barbalhos, suas emissoras de rádio e TV, os Barbalho e o PMDB, enfim, afirmavam sem vírgulas e senões, que o caminho seria a candidatura própria, com o tal do desembarque do governo antes.
Se você ler a matéria escrita por Rita Soares vai perceber uma clara mudança de discurso. Ou seja, o PMDB e os Barbalhos confirmam aquilo que só não via quem não queria: não sairão do governo e não terão candidato próprio a governadora, tampouco estarão com outro partido que não o PT.
Como não disse mas deixou claro Helder Barbalho, o PMDB não apenas não sai, não larga o osso que mantém como quer mais. Pedem mais, muito mais - para não dizer chantageiam a governadora por meio do poder parlamentar e de mídia que têm. Querem a vice, querem o TCE, querem a Sespa, querem a Setran. Isso só confirma que eles não sairão. Têm certeza de que minaram suficientemente o governo para tê-lo com refém, exigindo um prêmio alto para por fim à angustia petista.
(Vale sempre refazer a pergunta que em si já é uma resposta: por que não abandonaram de vez esse “governo ruim”, há meses? Por que se apegam aos cargos que ainda têm? Dinheiro e poder os prendem? Não apenas. Sobrevivência.)
Mas, vamos ao que disse D. Helder:
- Ele classifica as relações como “frias e distantes”. Antes dizia que eram impossíveis, insuportáveis e defendia o desembarque logo, com candidato próprio ou apoio a quem quer que seja, menos Ana Júlia.
- “Quem deve definir relações – se mais próximas ou mais distantes – é ela” (a governadora). Ou seja, nós fizemos mais pedidos, agora ela nos dá o que queremos e vamos marchar juntos. Antes: sem chance de refazer a relação.
- Segundo a matéria Helder diz que o partido (PMDB) não descarta renovar a aliança, mas, pensa sim, em uma candidatura própria.” Muito diferente de “não dá mais. Vamos seguir nosso caminho”.
- “Naturalmente que se o PT repactuar a maneira de administrar o estado, poderemos debater essa relação...”. Repactuar significar atender as exigência do partido. Helder volta a falar nisso porque acredita que a governadora será instada pelo PT nacional ou pelo presidente Lula a ceder “pela paz no Pará”.

Anônimo disse...

É menos pior, tudo bem... mas para Jáder, que será o próximo governador com os votos do interior... em Belém os votos nulos e brancos sobrarão nas urnas... Belém vai votar entristecida, sem alternativa... entre tucanos, petistas e sobrancelhas... não há saídas...
Menos pior para Jáder e Dilma.
Melhor, melhor mesmo, para ninguém.

Anônimo disse...

Paulo, o PMDB ainda não desembarcou do DETRAN não. O atual diretor geral é o Sr. Alberto Campos, Pastor da Igreja Quadrangular e primo do deputado estadual do PMDB, Pastor Martinho Carmona.