No AMAZÔNIA:
O porto flutuante usado para embarque e desembarque de passageiros e pequenas cargas no porto do Distrito de Icoaraci afundou ontem por falta de manutenção. Toda a estrutura da plataforma, inclusive a cobertura com estrutura de ferro, está tombada para dentro da baía de Guajará, em frente ao distrito, que fica a 18 quilômetros de Belém. A escada de ferro do trapiche para o flutuante, que ficava presa na base do píer, está solta na parte inferior e com risco de acidente.
Um grupo de idosos de Belém que faz parte de um projeto educativo e foi ontem à ilha de Cotijuba, na volta teve que se sacrificar para descer por sobre os barcos, com risco de queda, porque não teve como desembarcar pelo porto.
Dois barcos que chegaram no inicio da noite também da ilha de Cotijuba, lotados de passageiros, com muitas mulheres e crianças além de carga, tiveram que ir para outro porto improvisado para desembarcar porque não havia condições de descer pelo flutuante e nem como aproximar a embarcação do trapiche com a maré baixa. Um dos barcos usou a balsa que estava atracada na rampa de embarque para o porto do Camará, na ilha do Marajó, e arriscou a segurança dos passageiros no desembarque.
O porto de Icoaraci é um dos principais entrepostos de descarga de frutas, principalmente açaí, das dezenas de ilhas que ficam em frente a Belém, de pescado, e de embarque para os turistas e moradores da ilha de Cotijuba, uma das ilhas de Belém mais frequentadas no verão.
Segundo alguns barqueiros, carregadores do porto e moradores de Icoaraci que usam o trapiche para pescarias improvisadas à noite, o píer já estava apresentando problemas graves de flutuação. Eles contaram que o lado direito do flutuante começou a afundar há quase dois meses, mas nada foi feito. 'Foi total descaso com os passageiros e com quem usa o trapiche para carga e descarga, como nós', criticou um barqueiro que preferiu não se identificar. Ele disse que o acidente gera muito sacrifício tanto para embarcar quanto para desembarcar cargas porque os barcos, mesmo com a maré cheia, ficam muito abaixo da altura do trapiche. A última reforma no trapiche de Icoaraci foi feita há mais de seis anos. O porto está abandonado e acumula lixo por toda parte.
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