No AMAZÔNIA:
A Universidade Federal do Pará anulou toda a prova de Geografia da 1ª fase do Processo Seletivo Seriado 2010. Três das cinco questões da disciplina eram semelhantes ou iguais às utilizadas por outras instituições. Foi aberto Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta dos três professores responsáveis pela elaboração. O reitor, Carlos Maneschy, afasta, por enquanto, a possibilidade de vazamento.
Cerca de 2 mil alunos de diversos cursinhos de Belém ocuparam a avenida Nazaré para exigir a anulação da prova. O protesto ocorreu antes de o reitor anunciar que a medida seria adotada. A manifestação saiu da frente do colégio Impacto e se dirigiu até a frente da TV Liberal. Os manifestantes defenderam a anulação de toda a primeira fase.
A anulação foi decidida após reunião ontem à tarde com a Comissão Permanente do Vestibular (Coperves). Os pontos da disciplina serão concedidos a todos os vestibulandos, aumentando as chances daqueles que não alcançariam a nota mínima (30% de toda a prova do PSS) sem esse benefício.
A coordenadora do Centro de Processos Seletivos (Ceps) da UFPA, Marilúcia Oliveira, disse que já se trabalha com o aumento do número de candidatos classificados para a 2ª etapa por conta da medida.
O reitor disse que após a denúncia, anteontem, pelo cursinho pré-vestibular Impacto de que a questão 19 trazia itens idênticos aos do vestibular realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2007, outras duas foram identificadas, ontem, através de nova denúncia e de busca realizada na internet por uma equipe da própria UFPA. Ele disse que nenhum outro indício foi constatado em relação às outras disciplinas e sem uma denúncia ou fato que evidenciem outras clonagens não há porque anular toda a 1ª fase.
Ele considerou impossível ter um instrumento capaz de checar uma a uma as questões de todo o seletivo para verificar indícios de clonagem. Como prova disso, citou o trabalho de busca da equipe de funcionários da UFPA ontem, que não identificou a terceira questão de Geografia clonada. Maneschy disse também não haver indícios e sim boatos como o surgido no protesto dos estudantes, sobre o professor do cursinho que utilizou apostila contendo a questão da prova: ele seria aluno de mestrado de um dos elaboradores da prova. 'Todos os professores da banca elaboradora não têm relação com cursinhos', disse o reitor.
Inedistismo - Maneschy disse que o ineditismo das questões é uma exigência prevista no contrato dos professores responsáveis pela elaboração das provas, porque isso garante igualdade na disputa. Este ano, as bancas elaboradoras e revisoras custaram R$ 110 mil - cerca de 5% dos gastos com as três fases.
Maneschy está interessando agora em saber somente dos procedimentos para contornar os prejuízos como a substituição da banca elaboradora da prova de Geografia.
Ele disse que teve uma conversa com os afastados, ontem, mas não mencionou as justificativas apresentadas para a clonagem, situação que, ano passado, fez a universidade anular prova de concurso contratado pelo Estado para contadores.
O reitor afirma que a instituição tem uma relação de confiança com os professores contratados para elaborar as provas e até que se prove o contrário, eles são idôneos.
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