sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Secon faz “arrastão” na 25

No AMAZÔNIA:

Fiscais da Secretaria Municipal de Economia de Belém (Secon) apreenderam mais um carrinho de ambulante das ruas de Belém. A ação mais acirrada foi no final da noite. A equipe da Secon fez um 'arrastão' na avenida 25 de Setembro. Segundo clientes, garçons e donos de bares a ação do 'rapa' foi agressiva. 'Eles foram empurrando até quem estava jantando com os filhos, as crianças ficaram assustadas, mas eles foram empurrando mesmo, quebraram copos, garrafas e levaram mesas e cadeiras', afirmaram vários garçons de bares na 25 de Setembro com a Angustura e a Mariz e Barros. Além de cadeiras, os fiscais também levaram um 'telão' do restaurante Grill Expresso. Em nenhum dos locais eles expediram auto de apreensão. Edervam Castilho, dono de um dos bares, denunciou a ação à polícia. 'Foi uma humilhação o que a gente passou, eles empurrarm e ofenderam, pena que nenhum tenha se identificado', declarou.
Logo no início da noite, a equipe da Secon acabou com o trabalho do vendedor de batatas fritas Manuel Enos, 33 anos. Há mais de um mês que ele vendia diariamente as batatas na calçada da avenida Almirante Barroso, próximo à travessa Humaitá, no bairro do Marco. O ambulante foi surpreendido pelos fiscais e ficou com quatro baldes de batatas já cortadas e prontas para serem fritas, a fritadeira elétrica, baldes de ketchup e os outros pertences literalmente no meio da rua debaixo da chuva forte que caiu naquela hora na cidade. 'Eles queriam levar tudo, mas eu pedi e retirei senão o prejuízo seria bem maior', lamentou o rapaz. Ele disse que os prejuízos são de mais de R$ 1 mil. O carrinho tinha estrutura de madeira, acabamento com zinco e vidros, que foram todos quebrados durante a ação da Secon. Nenhum auto de infração ou apreensão foi lavrado pelos fiscais, segundo o vendedor.
Manuel Enos contou que trabalhava na roça no interior de Vizeu, mas decidiu vir para Belém, onde dois irmãos dele também trabalham vendendo batata frita para um comerciante conhecido apenas como Iran, que estava presente na hora da apreensão. O ambulante trabalhava somente à noite, das 17 às 23 h, para o mesmo patrão e vendia até 200 porções de batata frita por dia, cada uma a R$ 1. Com cerca de um salário mínimo que ganhava por mês, Manuel Enos ajudava a mãe que ficou no interior de Vizeu. 'Agora não sei o que vou fazer da vida', disse o triste desempregado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não há necessidade de violência, mas tem de agir com firmeza pra tentar dimunuir os abusos que são cometidos nas calçadas dessa Belém abandonada.
Isso tem.