sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Bancários decidem parar a partir da próxima quinta-feira

No AMAZÔNIA:

Bancários de todo o Brasil entrarão em greve a partir da próxima quinta-feira. A paralisação por tempo indeterminado foi definida ontem a noite após a quinta rodada de negociações com Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. A proposta apresentada pelos banqueiros durante o encontro foi imediatamente rejeitada pelo Comando Nacional da categoria. Os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 4,5% enquanto os trabalhadores pedem 10%. Na quarta-feira, dia 23, haverá assembleia para a categoria definir as diretrizes do movimento.
Outro ponto de discordância é quanto à Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A proposta apresentada pelos banqueiros foi inferior ao do ano passado. Também foram negados a valorização dos pisos salariais, a proteção aos empregos e o auxílio-educação. Além disso, os banqueiros querem reduzir o auxílio-creche/babá de 83 para 71 meses. Segundo a análise feita pelo Comando Nacional da categoria, a proposta da Fenaban apresenta dois avanços: ampliação da licença-maternidade de 180 dias e a isonomia de tratamento para homoafetivos, com a possibilidade de incluir parceiros do mesmo sexo nos planos de saúde.
Porém, as vantagens oferecidas pela patronal não foram suficientes para impedir o início da greve. 'Mais uma vez os banqueiros se mostram intransigentes nas mesas de negociação, o que nos força a convocar a categoria para a deliberação de greve por tempo indeterminado, até que a Fenaban retorne com propostas que atendam às necessidades reais dos trabalhadores', afirma Alberto Cunha, presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá e membro do Comando Nacional. Alberto esteve em São Paulo e pode participar da reunião com os banqueiros.
A última greve nacional dos bancários foi deflagrada há pouco menos de um ano, em 6 de outubro. No Pará, os bancos mantiveram as portas fechadas durante 17 dias. Além da capital paraense, agências de 49 municípios do Pará e 3 do Amapá aderiram à paralisação. Em todo o Brasil, cerca de cinco mil agências e 26 mil bancários entraram em greve. Pouco mais de 200 agências paraenses fecharam as portas, apenas na Região Metropolitana de Belém foram 117. Suspender por tempo indeterminado suas atividades tem sido o artifício usado pelos bancários para pressionar o avanço das negociações com a Fenaban. A mais longa greve até agora ocorreu em 2004 e teve duração de 30 dias.

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