Do leitor Alberto, também “Bozo”, sobre a postagem Audiência discutirá adesão dos quartéis à PEC 300:
Notei que você [o blog] apenas noticiou mas pouco comentou a matéria, não?
Compreendo plenamente.
Afinal, é complicado dar pitaco nesse assunto.
No Brasil, é politicamente incorreto ser honesto.
Não é correto zelar pelo dinheiro público.
Devemos enaltecer os fundos de pensão.
Devemos sair às ruas para pedir aumento salarial aos funcionários públicos enquanto existem tantas pessoas vivendo com salário-mínimo.
Após o governo federal ter destruído a educação superior com a autorização de tantas instituições de ensino, devemos rezar que um "Soldado de 2ª Classe", com o diploma de 1º grau pendurado na parede, receba mais de três mil reais !
Vivemos em um circo.
Um país de palhaços.
Alberto, mas pode me chamar de Bozo.
Do leitor TC Barata/PMPA, em resposta:
Impressionante os comentários anteriores, principalmente o último. Se você, meu amigo ainda não entendeu a grandeza de nosso movimento, merece saber algumas particularidades:
1. Somos mais de 700 mil famílias em toda esta nação chama Brasil. Temos força para influenciar politicamente a eleição presidencial;
2.Faça uma rápida reflexão é responda. Qual a categoria de trabalhadores que entrega seu maior bem, que é sua vida, em defesa do outrem?
3. Os policiais militares e Bombeiros militares do DF não ganham muito, e sim são os milicianos de outros Estados, dentre estes os do Pará, que ganham mal.
4. Pela própria situação do desemprego, a qualificação do Soldado PM e BM que entram nas instituições militares do Estado é no mínimo 2º grau completo. Alguns possuem o superior completo e temos inclusive soldados com mestrado.
5. Estamos discutindo, também, demandas internas de grande interesse para todos PMs e BMs.
6. Tenho certeza de que você não é PM ou BM, pois, se assim fosse, não estaria fazendo este tipo de comentário.
7. Espero ter contribuído, de alguma forma, para esclarecer determinados pontos.
2 comentários:
Caríssimo TC Barata/PMPA, vc tem toda razão !!
Vou escrever em tópicos, como vc pra facilitar o entendimento do meu pensamento.
Afinal... toda história tem duas versões.
1. A população brasileira não se restringe a 700 mil famílias.
De acordo com a estimativa o IBGE, temos 191.480.630 habitantes (ou seja, quase 50 milhões de famílias).
Mas infelizmente a mobilização política não é a mesma então a maior parte dessas famílias permanecerão ganhando um salário mínimo mensal.
2. Eu sempre fiz essa reflexão.
Eu dou extremo valor à profissão de PM ou de qualquer profissional da área da segurança pública ou privada exatamente por essa razão.
Aliás, é claro que vou dar valor a eles... O trabalho deste profissional é zelar pela MINHA segurança (e de toda a população obviamente).
3. Eu concordo e discordo de sua opinião.
Os policiais do DF ganham MUITO BEM. E os demais policiais ganham MUITO MAL.
4. Eu imagino que existem alguns casos (raros) de policiais com superior completo. Até mesmo outros (raríssimos) com mestrado.
Mas, desculpe. Acho um desproporcional que um soldado ganhe algo em torno de 50% do piso salarial de um engenheiro.
5. Deixando claro, sou contrário à aumentos exagerados a todos e quaisquer funcionários públicos.
Afinal, eu tb contribuo com a viúva.
Acredito que, quanto à segurança pública, o debate deve ser ainda mais extenso. Deve-se analisar desde a alteração constitucional da divisão entre as polícias (civil/militar) até as condições estruturais existentes (quartéis, carceragem e armamento disponibilizado).
6. Vc acertou. Eu não sou PM ou BM.
Afinal, se fosse, é óbvio que estaria lutando pela PEC300.
Exatamente como vc faz.
7. Tb espero ter contribuído com a discussão. Acredito que somente através do debate se é possível chegar à justiça.
Justiça para todos... e não uma justiça 'interna corporis' que beneficie apenas uma classe de trabalhadores.
Alberto.
Caríssimo Bemerguy,
Não é fácil alterar culturas, mas é preciso identificar quando modificações são necessárias.
Muitas vezes, sem saber, somos estimulados a nivelar as coisas "por baixo". Quer ver?
Tempos atrás, governos desestimularam a educação pública, pagando péssimos salários aos professores, para assegurar que a iniciativa privada pudesse fazer investimentos com imensa segurança de retorno nessa área.
De igual modo com a saúde pública, cuja miséria no pagamento dos salários dos médicos e demais profissionais da área apenas serviu para estimular as atividades da iniciativa privada. Resultado: hoje quem não pode pagar pelo atendimento em hospital particular ou ter um plano de saúde acaba por se submeter a experiências desagradáveis, ou isso não ocorre?
A "bola da vez" parece que é a polícia, ao menos em relação aos Estados da Federação, pois as que são mantidas pela União recebem boas remunerações.
Faz pouco tempo e o Poder Judiciário, bem como o Ministério Público, tinham péssima remuneração, exatamente em época que se falava muito em Justiça Privada. Mas essas carreiras conseguiram melhorar o quadro de desestímulo a que estavam submetidas e atualmente têm remunerações razoáveis.
A sociedade precisa escolher qual rumo seguir: desestimular investimentos em segurança pública, como feito no passado com a educação e a saúde públicas, ou lutar junto aos governantes por mais investimentos para garantir que a atividade não seja engolida pela iniciativa privada, tornando-se assim um direito de poucos, ou seja, dos que apenas podem pagar.
Particularmente, acho que nossa polícia deveria ganhar muito mais do que é pago para a polícia do Distrito Federal, porque a vida não tem preço!
O Estado deveria pagar muito bem para que sejamos protegidos (prevenção), para que crimes sejam esclarecidos (repressão) e para que os supostos autores dos fatos delituosos venham a ser julgados, pois do contrário estaríamos acenando para o desfecho dado no passado para a educação e para a saúde.
Não somos contra a iniciativa privada, mas existem áreas em que se deve assegurar a plenitude do interesse público, como seja a da Segurança Pública.
Nunca devemos perder de vista que um verdadeiro Estado Democrárico de Direito não se faz garantindo apenas o mínimo existêncial. É preciso a busca pelo máximo!
Boa luta à polícia.
Abraços,
Roberto Paixão Junior.
Postar um comentário