quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Obras são criticadas

No AMAZÔNIA:

Buracos, poeira e muito transtorno. As obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) na invasão Fé em Deus II, na rodovia Augusto Montenegro, estão tirando o sono dos moradores da rua Elcione Barbalho. Há quase dois anos, eles convivem com constantes quebra-quebras e faltas de água por conta das obras - executada pelo governo federal em parceria com o Estado - que têm como objetivo levar saneamento básico para a população do local.
Apesar das obras serem em benefício dos moradores da invasão, muitos deles estão inconformados com os problemas que a vizinhança enfrenta. Isso porque, em vez de as ruas terem sido quebradas uma a uma, todas elas estão cheias de buraco ao mesmo tempo. Na Elcione Barbalho, a situação é pior. Além de muita lama e buracos, os moradores estão desde quinta-feira sem água.
De acordo com o Edson Cândido, que reside no local há mais de três anos, quando chove fica impossível trafegar na rua. 'Por conta da terra vermelha, as valas estão entupidas e, quando chove, a água podre sai no banheiro. É um caos', disse.
A moradora Maria da Conceição Antunes disse que o governo do Estado prometeu entregar a obra pronta em julho deste ano e mudou o prazo de conclusão para 2010. Mas ela acredita que dificilmente vão conseguir cumprir a promessa. 'Próximo à minha casa, um buraco ficou aberto por quase quinze dias. Eu morria de medo que alguém caísse e se machucasse, porque não tinha nada para isolá-lo', contou;
Por conta da falta de água, os moradores da invasão Fé em Deus II contam com a solidariedade da vizinha Ana Silvia para garantir a higiene pessoal e o almoço do dia. A irmã da vizinha Ana Sara Ferreira conta que todos os dias a casa fica lotada de pessoas querendo pegar água no poço. 'Fica uma fila imensa. Eu, inclusive, vim aqui para lavar roupa. Caso contrário, eu teria que ficar com tudo sujo. Nem banho dá para tomar. Ela é a nossa salvação', ressaltou.
Edson Cândido lembra ainda que, pior que a falta de água, é não receber nenhuma explicação do governo. Segundo ele, ninguém informou nada sobre previsão de volta do abastecimento e, muito menos, sobre o andamento das obras. Para o morador, a impressão que se tem é a de que nada avança há mais de seis meses, mesmo com os operários trabalhando todos os dias.
A reportagem tentou contato com o governo do Estado, mas o telefone só deu ocupado durante toda a manhã.

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