quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Monitoramento em tempo real já é realidade

No AMAZÔNIA:

Análises em tempo real de dados de radares que ajudam autoridades de Defesa Civil a prever o impacto de tempestades na região amazônica. Esta realidade não está tão distante do Pará: desde o ano passado o Centro Regional (CR) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Belém trabalha com base no software Titan (Thunderstorm, Identification, Tracking, Analysis and Nowcasting). A ferramenta, já adotada em outros países, sistematiza dados de radar a curto prazo e é tida como um grande avanço no prognóstico e análise de fenômenos meteorológicos, já que seu uso é livre de custos de propriedade. Uma oportunidade de discutir o tema em termos regionais, iniciada à manhã de ontem, transcorre até esta sexta-feira na sede do Sipam em Belém, na avenida Júlio César, durante o Workshop Internacional de Usuários do Titan.
Durante a programação, especialistas dos Estados Unidos, da China, da Austrália, da África do Sul, da Grécia e do Senegal apresentam a membros do Sipam e de instituições científicas paraenses relatos de experiências com o Titan - cuja criação e estabelecimento datam da década de 1980, inicialmente na África do Sul e em seguida nos Estados Unidos, muito antes da pesquisa meteorológica em tempo real virar realidade.
Com a evolução do sistema, seu funcionalmente passou a se dividir por fases: primeiramente, o software recolhe dados da área que se pretende analisar, a partir dos radares nelas instalados. Depois, as informações são convertidas em previsões ou relatórios que podem ser encaminhados a instituições, pesquisadores e centros regionais. A partir disso, pode-se aferir dados como a intensidade e distribuição da precipitação na forma de tempestades, chegando ao 'nowcasting' - a previsão imediata do tempo.
'É um método de extrema utilidade, não só para os centros de pesquisa como também para a população, já que o conhecimento dos fenômenos meteorológicos implica em maiores chances de prever grandes tempestades', afirma a coordenadora operacional do Sipam em Belém Jaci Saraiva. Como a utilização do Titan é livre, a possibilidade de haver alertas precisos de órgãos como a Defesa Civil relativos a chuvas fortes e prolongadas aumenta.
Amazônia - Atualmente, o Sipam e o Cindacta IV, da Aeronáutica, são responsáveis por 11 radares meteorológicos na Amazônia Legal. Os CRs do Sipam de Belém e de Manaus utilizam o Titan de forma diferenciada. Enquanto que os dados coletados na capital paraense têm uso imediato, os de Manaus têm uso restrito a pesquisas meteorológicas. Um dos membros da equipe de especialistas que criou e desenvolveu o Titan em Denver, Colorado, nos Estados Unidos, o engenheiro hidrólogo Michael Dixon acredita que o software terá grande utilidade na região amazônica.

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