quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Começa greve dos bancários

No AMAZÔNIA:

Começa hoje, em todo o país, a greve dos bancários. A paralisação, por tempo indeterminado, deve atingir todas as 322 agências bancárias do Pará e as 30 do Amapá, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Pará e Amapá (Seeb - PA/AP). Os Postos de Atendimento Bancário (PAB) também deixam de funcionar a partir de hoje. Ao todo são 61 no Pará e Amapá. A greve foi decidida ontem à noite durante assembleia realizada no sindicato dos bancários. Esta será a segunda vez em menos de um ano que a categoria cruza os braços. A última paralisação começou dia 6 de outubro e durou 17 dias.
Não houve surpresas durante o encontro da categoria. De fato, a assembleia serviu para validar a decisão que já havia sido anunciada na quinta-feira passada, após a quinta rodada de negociações entre a Federação Brasileira de Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos bancários. 'O sindicato seguiu a orientação do Comando Nacional e rejeitou a proposta apresentada pela Fenaban na semana passada. Por isso ninguém se opôs à orientação de começar a greve amanhã', declarou ontem o presidente do Seeb, Alberto Cunha.
Pouco antes do horário marcado para o início da assembleia, uma fila já estava formada em frente ao ginásio do sindicato. Antes de tomarem seus assentos os funcionários passavam por um credenciamento. 'Por ser uma assembleia deliberativa é importante que todos passem pelo credenciamento e assinem a lista de frequência', explicava Alberto Cunha. Não demorou mais do que dois minutos, após o término do credenciamento, para que a greve fosse decidida. Bastou o presidente do sindicato perguntar quem era a favor da paralisação por tempo indeterminado para que todos levantassem suas credenciais. Mais de 300 funcionários de bancos públicos e privados participaram do encontro. A decisão foi unânime.
Após a votação, os funcionários foram separados de acordo com a empresa. 'Vamos separar equipes para definir as formas de atuação a partir de amanhã (hoje). O objetivo é fechar o maior número de agências', explica Alberto Cunha. Para hoje, os bancários prometem piquetes em frente as principais agências bancárias. Cena que deve se repetir até o final do movimento. 'A greve é por tempo indeterminado. O final depende da proposta apresentada pela Fenaban', diz o presidente sindical.
Proposta - A proposta rejeitada pelos bancários previa, entre outros, reajuste salarial de 4,5%. Os trabalhadores querem 10% de aumento. Outros pontos apresentados pela Fenaban e recusados pela categoria foram a redução da participação no lucro e a duração do pagamento do auxílio-creche. De acordo com o acordo em vigor, o auxílio-creche é pago para crianças com até 83 meses; os banqueiros querem que a idade seja reduzida para 71 meses.
Algumas das reivindicações feitas pelos bancários ficaram sem respostas e outras foram excluídas da mesa de negociação. Foram negados a valorização dos pisos salariais, proteção aos empregos e auxílio-educação. A Fenaban não propôs melhorias para as condições de trabalho do bancário. Também não se manifestou quanto aos pedidos de preservação dos empregos, novas contratações e adoção de instalações mais seguras em agências e postos de atendimento.

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