É tenso o clima na localidade de Canaã Vila dos Palmeiras, em Ipixuna do Pará, no nordeste paraense. A disputa por terras no local, envolvendo um fazendeiro e cerca de 160 famílias de agricultores, já provocou o espancamento de dois trabalhadores, a expulsão das famílias da área em conflito e a ameaça de morte a dois agricultores.
Nesta quinta-feira (24), um grupo de trabalhadores da área veio a Belém em busca de providências para por fim ao conflito, já que, segundo eles, as autoridades locais teriam fechado os olhos para o problema. “A prefeitura e polícia militar estão do lado do fazendeiro”, denunciou o agricultor Jorge Jair Cardoso de Araújo, um dos ameaçados de morte.
Juntamente com o agricultor Edilson Pereira Dutra, ele procurou a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado estadual, Arnaldo Jordy (PSS), para que fossem dados os encaminhamentos necessários para resolver o caso. Entre as providências estão visitas ao Tribunal de Justiça do Estado, à Corregedoria da Polícia Militar, à Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos, ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Conflito – Segundo relato dos agricultores, o conflito na região iniciou após o empresário, Carlinhos do Novo Horizonte, proprietário de uma serraria, ter grilado a área em litígio e ter expulsado as 160 famílias que viviam no local. Na expulsão, as casas foram derrubadas e dois líderes dos trabalhadores espancados. Uma das vítimas foi o agricultor Waldemar Mendes de Oliveira, 46, que veio para tratamento de urgência e emergência em Belém.E le informou que foi espancado pelo gerente da fazenda de nome Rock e mais três homens conhecidos como José Cigano, Antônio e Pezão. O caso já foi encaminhado à polícia.
De acordo com os agricultores, as famílias expulsas estão acampadas em frente à área a espera de uma decisão da justiça, já que as terras pertenceriam, de fato, à prefeitura, que as recebeu como doação, em 2001, do fazendeiro Joaquim Loureiro Pereira. As terras seriam destinadas à construção de casas, já que se trata de uma área de expansão urbana.
Os trabalhadores Jorge Araújo e Edílson Dutra estão dispostos a permanecer em Belém até que seja dada uma solução para o problema, até porque, eles temem que, retornando ao local, as ameaças de morte sejam concretizadas.”Queremos justiça”, pedem os trabalhadores.
Fonte: Assessoria Parlamentar
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