No AMAZÔNIA:
As crianças, sem dúvida, foram as que mais aproveitaram a tranquilidade do domingo que antecedeu o feriado de hoje. As praças da República e Batista Campos, tradicionais opções de lazer nos finais de semana em Belém, transformaram-se no ambiente ideal para os pequenos brincarem. A tranquilidade nas praças, no entanto, não agradou a todos. 'Prefiro quando a praça está cheia de gente. Hoje está muito miado', disse a estudante Dhiuly Costa, usando um vocabulário típico da adolescência. Segundo ela, 'miado' significa vazio. Situação que desagradou a ela e suas amigas, todas com idade variando entre 12 e 15 anos.
Sem shows ou atrações especiais, as adolescentes que foram à praça da República tiveram que apelar para um costumeiro passatempo: a fotografia. Com a máquina em mãos, as meninas se revezam fazendo poses que em algumas horas estariam em suas páginas pessoais na internet. 'A gente sempre dá um jeito de se divertir', diziam. Enquanto as jovens reclamavam, a radiologista Luciana Rodrigues agradecia pelo sossego. 'A cidade vazia é melhor para descansarmos, além disso as crianças aproveitam mais o passeio', conta. Luciana estava na praça com as filhas de 4 e 5 anos de idade.
Apesar de nitidamente menos movimentada em relação a outros domingos, a praça da República não decepcionou quem usa o espaço para ganhar dinheiro. Há cinco anos, Jeferson Saraiva aluga carros elétricos ao lado do Teatro da Paz. Ele conta que costuma faturar R$ 300 por manhã e a expectativa era de superar a média ontem. 'Hoje tem menos adultos, mas o número de crianças na praça aumentou', explica. Mesmo os que têm como alvo o público adulto não reclamaram. 'Com menos sufoco o cliente fica mais à vontade pra escolher o produto e acaba comprando mais', conta a vendedora de bijuterias Brenda da Silva.
Com o filho de pouco mais de um ano no colo, a estudante Tatiana Baía se divertia assistindo a apresentação de uma dupla de palhaços argentinos na praça Batista Campos. O show era improvisado e foi uma das poucas atrações do local. A poucos metros dali, no coreto da praça, a banda La Pupuña mostrava seu novo trabalho e tentava faturar com a venda de CDs. Objetivo difícil de ser alcançado visto que os poucos que prestigiavam o grupo estavam mais interessados em divertir seus filhos do que aproveitar o show. 'Hoje o dia é para as crianças. Não é sempre que a praça fica calma assim. Temos que aproveitar. Outro dia eu saio para assistir ao show da banda e quem sabe compro um CD', disse o empresário Raimundo Rodrigues enquanto equilibrava a filha de 1 ano e 3 meses no pescoço.
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