sábado, 19 de setembro de 2009

Bancários se mobilizam para a greve iminente

A primeira rodada de negociação específica dos empregados do Banco da Amazônia, sobre o novo reajuste salarial, ocorreu na tarde desta sexta-feira (18). Não houve acordo.
No Banpará, houve paralisação da agência Senador Lemos, o Postão, na quinta-feira, para que a diretoria do banco reabra as negociações. Por enquanto, o silêncio do banco é a resposta.
A assembleia em Belém está marcada para a próxima quarta-feira, 23, às 19 h, na sede do Sindicato e deve contar com o apoio maciço dos bancários. A categoria está com gosto de greve na boca diante do que consideram intransigência dos banqueiros e de alguns dirigentes de bancos públicos.
Na imagem ao lado, você lê a proposta da Fenaban.
As principais reivindicações dos bancários são as seguintes:

* Reajuste salarial de 10% (reposição da inflação mais aumento real).
* Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 3.850.
* Valorização dos pisos:
Portaria: R$ 1.432.
Escriturário: R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese).
Caixa: R$ 2.763,45.
Primeiro comissionado: R$ 3.477,00.
Primeiro gerente: R$4. 605,73.

* Auxílio-refeição: R$ 19,25.
* Cesta-alimentação: R$ 465,00 (um salário mínimo).
* 13ª cesta-alimentação: R$ 465,00.
* Auxílio-creche/babá: R$ 465,00.
* Fim das metas abusivas e do assédio moral.
* Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos, negociado com as entidades sindicais.
* Contratação da remuneração total, inclusive a parte variável, com a incorporação dos valores aos salários e reflexo em todos os direitos (13º, férias e aposentadoria) - com o objetivo de acabar com as metas abusivas.
* Garantia de emprego, fim das terceirizações, mais contratações e aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe demissões imotivadas.
* Segurança contra assaltos e sequestros, com a retomada imediata da Comissão de Segurança Bancária, proibição ao transporte de valores pelos bancários e adicional de risco de vida.
* Auxílio-educação para todos.
* Ampliação da licença-maternidade para seis meses.
* Planos de previdência complementar para todos os bancários.

Abaixo, informação divulgada pelo comando nacional de greve dos bancários.

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A tal proposta global que os banqueiros se comprometeram a apresentar na rodada de negociação de quinta (17) não surpreendeu ninguém. Apesar de saberem desde 10 de agosto que os bancários querem aumento real de salários, PLR maior, valorização dos pisos, respeito aos empregos, os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) trouxeram uma proposta que não contempla nada disso.
Proposta global e ruim.
O Comando Nacional dos Bancários enviará documento à Fenaban fundamentando todos os problemas contidos na proposta apresentada aos trabalhadores. Os dirigentes sindicais solicitarão ainda que seja marcada nova negociação até o dia 23 de setembro para que os representantes das instituições financeiras apresentem nova proposta contemplando as reivindicações da categoria. Também no dia 23 os sindicatos de todo o país realizarão assembleias para deflagrar greve por tempo indeterminado, caso as reivindicações não sejam atendidas, a partir do dia 24.
Aumento – O reajuste proposto pela Fenaban, de 4,5% para salários, tíquetes e cesta-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos, repõe somente a inflação do período, ou seja, congelaria o poder de compra dos bancários. Os banqueiros alegam que “esse ano está muito difícil, não é um bom momento para dar aumento real”.
"No momento em que vários setores da economia estão fechando acordos com aumento real de salário, é inaceitável que os bancos, os que mais lucraram no primeiro semestre, ofereçam apenas a reposição da inflação e uma PLR que é menor do que os bancários receberam no ano passado", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Além disso, os bancários deixaram claro à Fenaban que um acordo este ano passa por garantias de emprego, valorização dos pisos salariais e implementação de políticas que melhorem as condições de trabalho e de saúde, o que inclui o combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas."
PLR – A Fenaban apresentou um novo modelo de PLR, mais simples, mas totalmente rebaixado. Pela proposta, os banqueiros querem pagar 1,5 salário para todos os trabalhadores, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco, o que acontecer primeiro, mais valor adicional de 1,5% do lucro líquido, com teto de R$ 1.500. “Essa proposta é inconcebível, absurda. Os banqueiros parecem estar brincando com os trabalhadores. Simplificaram a proposta, como os bancários querem, mas rebaixaram totalmente os valores, de forma a pagar menos que no ano passado”, diz Marcolino. “Ou seja, é uma simplificação em que todo mundo perde.”
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino explica: hoje os bancários já têm 90% do salário mais R$ 966 limitado a 15% do lucro líquido. Na média, isso dá em torno de 1,8 a 1,4 salário. O teto, com a proposta dos banqueiros, sai dos atuais 15% para 4%. Além disso, propõe um adicional de até R$ 1.500, quando atualmente os bancários podem receber até R$ 1.980. E ainda pioram, já que no formato atual, o adicional não é descontado dos programas próprios e os banqueiros querem descontar tudo com a nova proposta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto isso os funcionários da Assembléia estão " de castigo" porque se insurgiram contra o Plano de Cargos denunciados por intresses de funcionários mafiosos que indicaram 36 para verticalização e outras gracinhas.
A data base do funcionalismo legislativo é abril e até agora nada. O governo afirma que repassou tudo sem deixar ficar faltando nada.
Juvenil entra mudo e sai calado.