sexta-feira, 24 de julho de 2009

Vendaval arranca telhados

No AMAZÔNIA:

Um vendaval que durou cerca de três minutos, por volta das 16 h de ontem, destruiu telhados de centenas de casas no bairro do Tenoné, em Belém, e também derrubou alguns muros. Na Passagem das Flores e na área de ocupação Fé em Deus dezenas de casas tiveram os telhados arrancados totalmente pela força do vento. Impressionados, moradores contaram que as telhas e até pedaços de madeira dos telhados voaram alto. Eles disseram também que um carro ficou rodando na rua no meio do vendaval. No final da Samuel Dutra, na área de ocupação, a situação mais grave aconteceu na casa da doméstica Rosilene Ferreira da Paixão. Uma das árvores, de uma área da mata vizinha, que caíram com o vento, partiu o telhado da casa dela ao meio e destruiu parte de seus objetos, como a geladeira.
Na hora do acidente, o marido de Rosilene, Carlos Rogério, que ontem ficou desempregado, dormia com o filho Leandro, de 10 anos, portador de deficiência. Por pouco eles não foram atingidos. 'Eu gritei e ele saiu correndo com o nosso filho', contou. A família, que tem ainda a pequena Lorena, 7, ficou sem casa e assim como os outros moradores que tiveram seus telhados destruídos também perderam quase tudo de eletrodoméstico e móveis com a chuva.
A família passou a noite na casa de um irmão de Rosilene, mas hoje não tem onde ficar. 'Vamos ver se a gente consegue ajuda', disse desolada. Ela e o marido gastaram todos os recursos com muito sacrifício na construção da pequena casa e ontem praticamente perderam tudo. A esperança é receber ajuda e ser removida do local para uma das casas na área da Cohab.
Outro dos mais prejudicados é José da Conceição, vendedor. Ele estava viajando a trabalho e teve que voltar para tentar resolver os estragos. Todo o telhado da casa dele foi arrancado e a chuva molhou todos os seus bens. 'Moro aqui há dez anos, a gente vê isso na televisão e pensa que nunca vai acontecer com a gente, foi prejuízo total', lamentou.
A situação piorou porque o vendaval também arrebentou um fio da rede de distribuição de energia e até por volta de 20h toda a área, onde as ruas de terra viraram um lamaçal, ainda estava no escuro. Todos precisam de ajuda para refazer os telhados e também recompor o que perderam, principalmente roupas e alimentos.
Na casa do soldador Lourival Martins Santa Rosa ele precisou comprar 150 telhas de amianto para refazer toda a cobertura. 'Molhou tudo, mas só vamos saber a extensão dos prejuízos amanhã, sabemos que o guarda-roupa foi destruído, mas graças a Deus não machucou ninguém', declarou. Assim como ele, o ajudante Francisco Ademar Souza e vários vizinhos também ficaram o inicio da noite refazendo os telhados de suas casas. Mas a autônoma Lucicleide Figueiredo Pinheiro, que mora com o marido José Maria Ribeiro e o filho Darlan, 6, ontem não tinha como repor as telhas e nem para onde ir com a famíia. 'Vamos dormir lá na casa mesmo, é o jeito', contou.

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