Sempre que arrumo um tempinho acesso a internet e dou uma navegada sobre os mais variados favoritos. Dia desses, tinha acessado o blog do Reinaldo Azevedo. Em uma de suas postagens, ele questiona se o leitor se lembra de Jorge Cordeiro. Ele mesmo responde, é o cara que vai blogar em nome do Nosso Guia. Digamos assim, é seu braço direito na internet. Foi segundo afirma, escolhido a dedo (!) por Franklin Martins.
O próprio Reinaldo ironicamente diz:
O homem é um pensador. A sua tese mais polêmica é que tive tumores na cabeça porque não fumo maconha. E tem opiniões estranhas. Aqui vai só um pouquinho da coisa, observem. Nosso blogueiro pede para que coloquem no Google as palavras "Jorge Cordeiro maconha" (sem aspas). O resultado é pura diversão. Vamos ver se Lula-enquanto-blog também vai ser favorável a esse tipo de paz verde...
Franklin está de parabéns! Cordeiro não tem bolotinhas na cabeça (eu as tive porque não fumava maconha...). Eis um tipo raro de Cordeiro. Os outros expelem bolotinhas pelos canais tradicionais. Este o faz pela boca. E, em breve, serão bolotinhas oficiais.
Segundo ele, se eu fosse um cara bacana - isto é, "pensasse" como ele, não teria tido a moléstia. É interessante, como essa gente consegue distinguir os tumores "deles" dos tumores dos "outros". Os tumores dos petistas tornam os doentes exemplos de forças e coragem. Os tumores dos inimigos são uma evidência a mais de seus defeitos. Não o desprezo apenas pela ignorância ou soberba. Há algo profundamente errado com a moral dessa gente.
Mas esse, acredite, ainda é o lado suave do blogueiro do Nosso Guia. Esse é o lado luminoso do parceiro de Franklin. Vamos ver agora o que a voz do Nosso Guia no mundo dos blogs pensa, por exemplo, sobre o atentado de 11 de setembro. Depois de muito refletir, Cordeiro descobriu os culpados. Nosso Guia deve concordar. Franklin deve concordar. Afinal, creio que Cordeiro foi contratado por aquilo que a dupla considera um mérito.
Leiam o comentário em seguida:
"... O que aconteceu naquele fatídico 11 de setembro de 2001. Para Bush, foi um atentado terrorista engendrado pela Al Qaeda. Com papel preponderante do governo americano na história toda. Costumo dizer que teorias conspiratoriais + fatos = conspiração... E os fatos estão pipocando aqui e ali. Centenas de alegações contra a história oficial levantadas... A verdade começará a ser revelada no momento no momento em que Bush e sua trupe deixarem a Casa Branca".
Lendo Diogo Mainardi na última “Veja”, observei que estava ele exatamente se reportando ao mesmo episódio do Reinaldo: Jorge Cordeiro. Afirmando que ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe o que faz. Mas Franklin o contratou para comandar o blog do Nosso Guia. O blog da Corte.
Nosso Guia declarou recentemente que, com a internet, a Imprensa perdeu "o poder que tinha alguns anos atrás". E, de acordo com ele, quanto menos poder a Imprensa tiver, melhor. Porque isso impede que os jornais tentem "dar um golpe de estado". Segundo ele, "estamos vivendo um momento revolucionário da humanidade" (será que o iluminismo profético se alevanta?).
Jorge Cordeiro tem o perfil de revolucionário da internet. Trabalhou por seis anos como assessor de imprensa da Odebrecht, no período em que a empreiteira se enroscou com Fernando Collor de Mello, ele se distinguiu no jornal O Fluminense. Ganhou de Marta Suplicy cargo na internet da prefeitura paulistana. Em 2005, arrumou emprego no Globo Online, sendo demitido menos de um ano depois. Ultimamente, até ser contratado por Franklin, ele mantinha um blog que era lido e comentado sobretudo por ele mesmo. A internet tem esse aspecto revolucionário: o autor de um blog pode ser o seu único leitor.
O blogueiro do Nosso Guia, como o próprio Nosso Guia, argumenta que há mais liberdade e mais pluralidade nos blogs que na imprensa. Os elogios cessam no momento em que eles abusam dessa liberdade e dessa pluralidade para - epa! - falar mal do Nosso Guia. Ricardo Noblat se torna automaticamente "dissimulado, prepotente, mentiroso". E Reinaldo Azevedo é ironizado por seus tumores, que o blogueiro do Nosso Guia chama de "bolotinhas". Como disse Diogo Mainardi: “Eu sou um dândi’. Tenho de levar ‘uma bela cusparada’ e, como Paulo Francis, ‘sucumbir a inúmeros processos’”.
Isso se identifica pelo seu caráter de "humor e dissimulação", de Cordeiro e de Franklin.
Dei uma de Adson de Melk, que narra "O nome da rosa" de Humberto Eco. Uma crítica do poder e do esvaziamento infinito das palavras. No mais, dizer o quê? Convenham: a escolha de Franklin honra todo mundo, o selecionado e os selecionadores.
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
O próprio Reinaldo ironicamente diz:
O homem é um pensador. A sua tese mais polêmica é que tive tumores na cabeça porque não fumo maconha. E tem opiniões estranhas. Aqui vai só um pouquinho da coisa, observem. Nosso blogueiro pede para que coloquem no Google as palavras "Jorge Cordeiro maconha" (sem aspas). O resultado é pura diversão. Vamos ver se Lula-enquanto-blog também vai ser favorável a esse tipo de paz verde...
Franklin está de parabéns! Cordeiro não tem bolotinhas na cabeça (eu as tive porque não fumava maconha...). Eis um tipo raro de Cordeiro. Os outros expelem bolotinhas pelos canais tradicionais. Este o faz pela boca. E, em breve, serão bolotinhas oficiais.
Segundo ele, se eu fosse um cara bacana - isto é, "pensasse" como ele, não teria tido a moléstia. É interessante, como essa gente consegue distinguir os tumores "deles" dos tumores dos "outros". Os tumores dos petistas tornam os doentes exemplos de forças e coragem. Os tumores dos inimigos são uma evidência a mais de seus defeitos. Não o desprezo apenas pela ignorância ou soberba. Há algo profundamente errado com a moral dessa gente.
Mas esse, acredite, ainda é o lado suave do blogueiro do Nosso Guia. Esse é o lado luminoso do parceiro de Franklin. Vamos ver agora o que a voz do Nosso Guia no mundo dos blogs pensa, por exemplo, sobre o atentado de 11 de setembro. Depois de muito refletir, Cordeiro descobriu os culpados. Nosso Guia deve concordar. Franklin deve concordar. Afinal, creio que Cordeiro foi contratado por aquilo que a dupla considera um mérito.
Leiam o comentário em seguida:
"... O que aconteceu naquele fatídico 11 de setembro de 2001. Para Bush, foi um atentado terrorista engendrado pela Al Qaeda. Com papel preponderante do governo americano na história toda. Costumo dizer que teorias conspiratoriais + fatos = conspiração... E os fatos estão pipocando aqui e ali. Centenas de alegações contra a história oficial levantadas... A verdade começará a ser revelada no momento no momento em que Bush e sua trupe deixarem a Casa Branca".
Lendo Diogo Mainardi na última “Veja”, observei que estava ele exatamente se reportando ao mesmo episódio do Reinaldo: Jorge Cordeiro. Afirmando que ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe o que faz. Mas Franklin o contratou para comandar o blog do Nosso Guia. O blog da Corte.
Nosso Guia declarou recentemente que, com a internet, a Imprensa perdeu "o poder que tinha alguns anos atrás". E, de acordo com ele, quanto menos poder a Imprensa tiver, melhor. Porque isso impede que os jornais tentem "dar um golpe de estado". Segundo ele, "estamos vivendo um momento revolucionário da humanidade" (será que o iluminismo profético se alevanta?).
Jorge Cordeiro tem o perfil de revolucionário da internet. Trabalhou por seis anos como assessor de imprensa da Odebrecht, no período em que a empreiteira se enroscou com Fernando Collor de Mello, ele se distinguiu no jornal O Fluminense. Ganhou de Marta Suplicy cargo na internet da prefeitura paulistana. Em 2005, arrumou emprego no Globo Online, sendo demitido menos de um ano depois. Ultimamente, até ser contratado por Franklin, ele mantinha um blog que era lido e comentado sobretudo por ele mesmo. A internet tem esse aspecto revolucionário: o autor de um blog pode ser o seu único leitor.
O blogueiro do Nosso Guia, como o próprio Nosso Guia, argumenta que há mais liberdade e mais pluralidade nos blogs que na imprensa. Os elogios cessam no momento em que eles abusam dessa liberdade e dessa pluralidade para - epa! - falar mal do Nosso Guia. Ricardo Noblat se torna automaticamente "dissimulado, prepotente, mentiroso". E Reinaldo Azevedo é ironizado por seus tumores, que o blogueiro do Nosso Guia chama de "bolotinhas". Como disse Diogo Mainardi: “Eu sou um dândi’. Tenho de levar ‘uma bela cusparada’ e, como Paulo Francis, ‘sucumbir a inúmeros processos’”.
Isso se identifica pelo seu caráter de "humor e dissimulação", de Cordeiro e de Franklin.
Dei uma de Adson de Melk, que narra "O nome da rosa" de Humberto Eco. Uma crítica do poder e do esvaziamento infinito das palavras. No mais, dizer o quê? Convenham: a escolha de Franklin honra todo mundo, o selecionado e os selecionadores.
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
3 comentários:
Caro Sr. Barra,
fundamentar uma postagem nas palavras de Reinaldo Azevedo e Mainardi, assim também já é demais...
Desculpe o trocadilho, mas isso é o que se chama de forçar a "barra".
Por que copiar praticamente 100% do texto do Reinaldo (interrogação)
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