domingo, 8 de março de 2009

A tão sonhada maternidade

No AMAZÔNIA:

Há certo consenso em afirmar que, se não todas, pelo menos a maioria das mulheres tem entre seus projetos de vida a maternidade. Conquistada a estabilidade financeira, afetiva e psicológica - enfim, todo o ambiente necessário para concretizar o sonho de ser mãe -, no entanto, um pequeno entrave pode complicar tudo: a dificuldade de engravidar. Além disso, há quem já tenha sua prole em casa, mas sinta que falta alguém para fechar o círculo familiar. Estas são apenas duas das várias situações em que a adoção pode ajudar mamães a se sentirem plenamente realizadas em sua condição feminina - e, de quebra, trazer o conforto de um lar a centenas de crianças abandonadas em abrigos do Estado.
Segundo informações da 1ª Vara do Juizado da Infância da Capital, 65 pessoas estavam inscritas para a adoção de crianças entre os anos de 2006 e 2008. Entre elas, futuros pais e mães com os mais variados históricos - não apenas de esterilidade, como também de opção natural pela adoção, mesmo após dar à luz filhos biológicos. Foi assim que, oito anos atrás, a comerciante e estudante de Psicologia Silvana Pinheiro, 46, decidiu junto ao marido, Mauro, se inscrever para ter sua primeira filha, após anos de experiência com dois meninos.
'Desde o namoro, eu e Mauro havíamos decidido ter três filhos. Se dois fossem meninas, adotaríamos um menino. Acabou acontecendo o contrário (risos)', relata. 'Aí corremos na Vara do Juizado da Infância e nos inscrevemos para a primeira menina que estivesse disponível. Foram cinco meses de preparação com a equipe de assistência do TJE e, aí, fomos chamados para conhecer nossa filha'.
Silvana não contém a emoção ao contar como foi seu primeiro contato com a pequena Vitória, hoje com oito anos de idade. 'Pela lei, a gente pode dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas quem disse que eu teria coragem para fazer isso? Me apaixonei por ela no momento que a vi, porque ela é minha filha, igual aos outros', conta a comerciante, que adotou Vitória com total apoio do marido e dos filhos Bruce, hoje com 23 anos, e Mateus, com 16. 'Desde os dois anos dela, já falo sobre adoção, e hoje ela associou a palavra a amor, carinho, dedicação. Ela conta para todo mundo que é adotada, e todos nós assumimos essa postura aqui em casa', relata.
Hoje, Silvana reconhece no ato de adotar uma forma de realização plena como mulher. Aludindo ao Dia Internacional comemorado neste domingo, ela faz um apelo não apenas às mulheres, mas a todos os casais que desejam ter um filho: 'Adote uma criança! Você fará um bem imenso a elas e a si mesmo', incentiva. 'No meu caso, por exemplo, o contato com a Vitória me fez aprender muito sobre a vida, sobre a psicologia feminina e sobre o valor de um bom berço familiar', complementa.

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